O governo federal anunciou a conclusão da restituição de um fóssil apreendido pelas autoridades italianas
O Itamaraty celebra o retorno ao Brasil de um fóssil da espécie Rhacolepis buccalis, peixe ósseo extinto que habitava a região da Bacia do Araripe, sítio paleontológico na divisa entre Ceará, Pernambuco e Piauí, entre 113 milhões e 119 milhões de anos atrás. O material foi apreendido na Itália em 2023 sem documentação legal. Com grande valor científico e histórico, o exemplar teve sua origem confirmada por laudo técnico do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens.
A repatriação foi possível, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores, graças à ação conjunta do Itamaraty, da Embaixada do Brasil em Roma e das autoridades italianas, com apoio essencial da comunidade científica brasileira. “A devolução foi viabilizada pela coordenação” entre a pasta “e as autoridades italianas, com o apoio da comunidade científica brasileira”, diz a nota.
A Bacia do Araripe, é referência global em patrimônio paleontológico, educação e turismo sustentável e abriga um dos maiores reservatórios de fósseis do país. Em 2024, a Bacia Cultural Sociobiodiversa foi incluída na Lista Tentativa do Patrimônio Mundial, em reconhecimento à sua destacada importância geológica, arqueológica e paleontológica, além de sua expressiva relevância cultural. A região consolida-se, assim, como referência internacional na conservação e valorização do patrimônio natural e cultural.
O artefato estava na Itália sem autorização e havia sido comprado em um antiquário na província de Pordenone, norte do país, por um homem que desconhecia sua importância. “O governo brasileiro reafirma seu compromisso com a diplomacia cultural e a promoção do retorno de bens culturais de origem brasileira, em defesa da memória e da identidade nacionais”, reforçou o ministério.