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Cerca de 800 expectadores participaram da abertura do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, na noite desta quarta-feira, dia 4 de maio, no Cinema São Jorge, em Lisboa. O filme de abertura, Cartas de Amor são ridículas, é brasileiro, cuja diretora, a goiana da cidade de Ceres (Brasil), Alvarina Souza e Silva, esteve presente no evento, sendo efusivamente cumprimentada por diretores, atores e cinéfilos. Antes, o público aplaudiu cada um dos cinco curtas e a vinheta do Rumo ao FESTin, do brasiliense Rogério Barreto. O FESTin decorre entre os dias 4 e 11 de maio no Cinema São Jorge.
“É uma emoção enorme estar aqui. Fiz um filme verdadeiramente goiano, que remete as histórias da minha infância”, disse a diretora Alvarina Souza. Ao abrir o festival, o representante da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Veiga, disse que esse é um evento muito caro a sua instituição. “Vimos o FESTin crescer. É um encontro da pluralidade de povos, da arte e da cultura”.
Único evento dedicado ao cinema lusófono em Lisboa, o festival este ano reforça os laços da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com uma homenagem à instituição. Esta, para além de filmes e leituras de contos sobre os nove países que a compõem (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial e Timor-Leste), também inclui uma parceria com escolas para uma visita didática à sede da instituição.
Para a diretora geral do FESTin, Léa Teixeira, não é fácil organizar um festival de cinema especialmente de filmes em língua portuguesa. “Há preconceitos. O apoio é dado para os filmes de outras línguas. Felizmente temos ótimos parceiros e Lisboa tem muita cultura e diversidade”. Com Léa concorda Adriana Botelho, de Fortaleza, Ceará, Brasil, doutoranda em Cinema da Universidade de Lisboa: “meus professores não conhecem o cinema brasileiro. Não sabem quem é Eduardo Coutinho ou João Moreira Sales. E eu não conhecia o cinema português. O FESTin é uma iniciativa maravilhosa que tem propiciado esse diálogo, esse conhecimento”. Na avaliação de Adriana, esses diálogos em torno do cinema em língua portuguesa precisam ter regularidade e intensidade.
A advogada portuguesa Mônica Mendonça Sanches se surpreendeu com a qualidade do filme de abertura do FESTin: “gosto das novelas e dos atores brasileiros. Adorei tudo nesse filme, os cenários, a fotografia, o tema da história que continua atual, pois fala da procura por casamento e aqui temos a festa do Santo Antônio, é uma grande festa, muito popular. Cartas de Amor São Ridículas, cujo título inspira-se num poema de Fernando Pessoa, e que abriu o FESTin traz no elenco Roberto Bonfim, Carlina Oliveira e Sandra Barsott. No primeiro dia do festival foram exibidos os curtas metragens brasileiros De que lado me olhas, O Golpe e o Melhor Som do Mundo, e os portugueses Quarto em Lisboa e Um rapaz chamado Jaime, todos muito aplaudidos. Ao todo, serão exibidos 74 obras, entre longas e curtas-metragens de ficção e documentários, durante o evento. Além das seções competitivas, serão exibidas a Mostra de Cinema Brasileiro, a Mostra de Inclusão Social, o FESTin +, dedicado à 3ª idade, e a Mostra Festinha, para o público infantil. Ao apresentar o FESTin, a jornalista Alice Campos disse que o festival já exibiu mais de 600 horas de filmes em suas edições anteriores e que é a arte e a cultura se encontrando no coração de Lisboa.
Entre os eventos paralelos, o FESTin apresenta a Oficina “Cinema, Educação e Comunicação Comunitária” e a mesa-redonda “O Cinema como Forma de Fomentar o Turismo”. Demais informações podem ser consultadas no site do FESTin – www.festin-festival.com
O FESTin é organizado pela ASCULP- Associação Cultura e Cidadania da Língua Portuguesa, em coprodução com o Cinema São Jorge e parceria estratégica com a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, E.E.M. e conta com o apoio financeiro da CML – Câmara Municipal de Lisboa (CML).
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