Dirigente de agência europeia afirma que aeroportos precisam de atenção, assim como as fronteiras externas dos países integrantes do bloco
Por Reuters
O número de imigrantes ilegais que entraram na União Europeia diminuiu acentuadamente pelo terceiro ano consecutivo em 2018. De 204.750 chegadas em 2017, o número caiu para 150.114 no ano seguinte, mostrou levantamento da agência de controle fronteiriço do bloco europeu, a Frontex, nesta terça-feira (20).
Ainda assim, o chefe da Frontex, Fabrice Leggeri, afirmou que o número continua alto e, portanto, controles de fronteira são necessários. Segundo ele, a segurança nos aeroportos precisa de atenção assim como as fronteiras externas. “Todos os cidadãos da União Europeia precisam ser verificados quando voltam para casa ou deixam a UE”, disse.
A chegada de grandes quantidades de postulantes a asilo à Europa nos últimos anos criou uma crise humanitária. Milhares morrem todos os anos no mar se arriscando na travessia em barcos superlotados. Além disso, partidos nacionalistas anti-imigração se fortaleceram no continente.
O número de imigrantes ilegais repatriados da UE pela Frontex se aproximou de 13.700 em 2018 – em 2017 foram 14.200. No meio da crise imigratória de 2015, a agência só devolveu cerca de 3.600 imigrantes para seus países de origem. As repatriações facilitadas por nações da UE também aumentou em 5%.
Leggeri disse que a Frontex e países-membros recusaram a entrada de 191 mil pessoas ao bloco no ano passado, mais que as 183 mil de 2017.
Imigração no Mediterrâneo
A quantidade de pessoas cruzando a parte central do Mar Mediterrâneo atingiu o menor índice desde 2012 devido ao perigo de tais travessias. Imigrantes e postulantes a asilo estão preferindo viajar ao longo de rotas do leste e do oeste do Mediterrâneo, disse Leggeri.
A rota do oeste do Mediterrâneo foi a mais ativa de 2018, substituindo as rotas do centro e do leste.
A maioria dos refugiados seguiu a rota do Mediterrâneo que leva à Grécia durante a crise imigratória de 2015, quando quase um milhão de pessoas cruzaram da Turquia para ilhas gregas – mas essa rota foi praticamente fechada depois que a UE e Ancara acertaram um acordo para deter o fluxo em março de 2016.