Paulo Flecha de Lima, que acabou de completar 88 anos, estava internado em um hospital particular da capital federal desde o último sábado (10). O corpo está sendo velado no Palácio do Itamaraty, em uma cerimônia restrita por causa da pandemia da Covid-19. Depois, segundo a assessoria, será levado para Belo Horizonte (MG) para ser sepultado no jazigo da família.
Paulo Tarso Flecha de Lima tinha problemas renais. Na semana passada, ele contraiu uma infecção urinária severa, que acabou resultando em uma septicemia – infecção generalizada – conforme a assessoria.
O diplomata ingressou no Itamaraty em 1955. Em nota de pesar, o Ministério das Relações Exteriores (MRE disse que Paulo Tarso “defendeu os interesses do Brasil com determinação, patriotismo e profissionalismo, e dedicou grande parte de sua vida ao projeto de modernização da diplomacia econômica e comercial do Brasil”.
“Ao longo de sua carreira, o Embaixador Paulo Tarso dedicou-se ao ideal de que a política externa pode e deve contribuir para melhorar concretamente a inserção internacional do País e a vida de todos os brasileiros. Sua coragem e criatividade marcaram todos que tiveram a oportunidade de trabalhar a seu lado”, diz o Itamaraty.
O ex-embaixador foi um dos mais importantes diplomatas brasileiros. Em 1973, foi nomeado chefe do Departamento de Promoção Comercial e ocupou o cargo por mais de uma década, enquanto liderou uma “profunda transformação das atividades de promoção comercial do Brasil no exterior”, diz o Itamaraty.
Em 1984, foi nomeado Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Comerciais. Ele esteve à frente de iniciativas para ampliar o comércio exterior do Brasil, e buscou parceiros na África e nos países árabes.
Em 1985, alcançou o mais alto posto de carreira da diplomacia, tornando-se Secretário-Geral das Relações Exteriores, “tendo desempenhado papel fundamental na inserção internacional do Brasil na fase final da Guerra Fria”, aponta o MRE.
Paulo Tarso Flecha de Lima foi embaixador do Brasil em Londres (1990-1993), Washington (1993-1999) e Roma (1999-2001). Ele foi casado, por 54 anos, com Lúcia Flecha de Lima que morreu em 2017, também em Brasília. Em 2001, Paulo Tarso se aposentou, após 46 anos de diplomacia. O casal passou a morar em uma casa, no Lago Sul.