“É falsa a notícia publicada por “O Estado de São Paulo”, hoje, 16 de dezembro, de que a embaixada em Washington teria recomendado ao governo brasileiro o adiamento do envio de mensagem ao presidente eleito dos Estados Unidos”, diz o documento. Segundo a nota, os relatórios produzidos pela embaixada, como se constata nos próprios trechos citados na reportagem, se limitam a transmitir aspectos relevantes do processo eleitoral americano, sem emitir juízo de valor que pudesse sugerir apoio a qualquer dos lados.
Em reportagem, O Estado de São Paulo, afirma que Nestor Forster, embaixador nos EUA orientou Brasil a não admitir triunfo de Biden. Segundo o jornal, as mensagens enviadas entre 5 e 12 de novembro pelo embaixador, num total de 22 páginas, destacaram comentários e expectativas de aliados do candidato republicano.
Na matéria do Estadão, foi lembrado que, em entrevista no dia 29 de novembro, no segundo turno das eleições municipais no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro colocou em dúvida o resultado das urnas nos Estados Unidos e disse ter “informações” seguras de que houve fraude no pleito. “A imprensa não divulga, mas eu tenho minhas informações, não adianta falar para vocês que vocês não vão divulgar que realmente teve muita fraude lá. Teve, isso ninguém discute”, teria afirmado na ocasião.
Na reportagem, é dito que Nestor Foster informou a Brasília, no dia 10, que Trump permanecia firme no propósito de rejeitar o resultado das urnas, ignorando mais uma vez que os analistas davam como certo um fracasso do republicano em levar o caso à Justiça. “Na tarde de hoje (10/11), o secretário de Estado Mike Pompeo afirmou, em resposta a pergunta de jornalista, que o Departamento de Estado estaria preparado para uma “suave transição para uma segunda administração Trump”.
Devido a todas as informações repassadas pelo embaixador brasileiro, de acordo com o “O Estado de São Paulo”, o presidente Jair Bolsonaro só reconheceu a vitória de Joe Bidden com um atraso de 38 dias. O jornal lembrou que o Brasil foi o último dos países que compõem o G-20 a fazer isso – instruído pelo embaixador, conforme telegramas a que o Estadão teve acesso com exclusividade. Na contramão de observadores americanos e europeus, de acordo com o Estadão, o diplomata enviou a Brasília, ao longo da contagem dos votos, descrições baseadas em análises e notícias falsas que questionavam a lisura da disputa vencida por Joe Biden.