O diplomata assumiu a Embaixada em meio ao processo de impeachment contra Dilma Rousseff, sucedida por Michel Temer e depois, em 1º de janeiro de 2019, por Jair Bolsonaro. Já a Itália era governada por Matteo Renzi, que renunciou no fim daquele ano após sua derrota em um referendo constitucional. Seu sucessor, Paolo Gentiloni, foi primeiro-ministro até 1º de junho do ano passado, quando deu lugar a Giuseppe Conte, que já está em seu segundo governo em pouco mais de 18 meses.
“O balanço que fazemos é certamente positivo. Nos últimos anos, aprofundamos as relações entre nossos países, apesar de em ambos ter havido mudanças políticas”, disse Bernardini. O último episódio dessa aproximação foi a visita da vice-ministra italiana das Relações Exteriores, Marina Sereni, que passou por São Paulo e Brasília nesta semana.
A agenda incluiu encontros com o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia; o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; e o secretário-geral do Itamaraty, Otávio Brandelli. Bernardini acrescentou que, no plano econômico, houve nos últimos anos “um aumento importante dos investimentos italianos” no Brasil, sobretudo em setores como telecomunicações, energia e infraestrutura. “A liberalização econômica do atual governo é positiva, e temos a perspectiva de uma melhora ainda maior quando entrar em vigor o acordo UE-Mercosul”, disse.
Meio ambiente – O diplomata também destacou que a Embaixada da Itália em Brasília, situada em um histórico edifício projetado por Pier Luigi Nervi, está “na vanguarda em matéria de sustentabilidade”. Anfitrião de um evento nesta quinta-feira (12) que apresentou as iniciativas realizadas no prédio nos últimos anos, Bernardini citou o projeto “Embaixada Verde”, iniciado em 2010 e que inclui a instalação de painéis fotovoltaicos para gerar energia e um sistema de reutilização de água.
O encontro reuniu funcionários do Ministério da Ciência e Tecnologia, arquitetos, professores da Universidade de Brasília e diplomatas. “Já instalamos 405 painéis que fornecem 50% da energia que utilizamos. No ano que vem, colocaremos mais, para gradualmente nos aproximar da meta de gerar toda a eletricidade consumida pela Embaixada”, afirmou.
Segundo Bernardini, o meio ambiente “é um tema muito importante em nível global”. “Todo mundo observa a Amazônia, com sua biodiversidade, sua riqueza, seu tamanho gigantesco e sua grande beleza. Tudo isso tem relação com o futuro do planeta, devemos reconhecer que a situação da Amazônia deu lugar a um debate complicado ante à necessidade de preservá-la”, acrescentou.