Acelerar o acordo entre União Europeia e Mercosul e a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): essas são algumas das prioridades evidenciadas pelo embaixador da Itália em Brasília, Francesco Azzarello, em entrevista à ANSA.
“O acordo UE-Mercosul deve ser finalizado o mais rapidamente possível. Assim como a entrada do Brasil na OCDE”, disse o embaixador afirmando que “são evidentes as vantagens de ter o país como parte de organismos e entidades internacionais, com direitos e deveres”.
Para Azzarello, que lidera a embaixada desde janeiro de 2020, as relações entre Itália e Brasil “são excelentes, caracterizadas pelo interesse recíproco e dinamismo em todos os campos: econômico-industrial, comercial, científico, cultural e ambiental”.Destacando que dos cerca de 220 milhões de moradores do país, cerca de 32 milhões têm origem ligada à Itália, ele lembra que estão ativas mais de mil empresas italianas na nação.
“São números que dão a dimensão da riqueza humana recíproca e do volume de investimentos e das trocas”, observa Azzarello, segundo o qual é preciso “cultivar a profunda amizade recíproca” entre Itália e Brasil, “preservando as raízes e os valores comuns”.
Para o diplomata, aliás, o Brasil deve manter “um ativo e construtivo exercício de liderança internacional” também na perspectiva de suas relações e ligações com a Europa. “É preciso respeito recíproco, junto a um diálogo e uma relação, às vezes necessariamente abertos e francos, que só as ligações estreitíssimas entre os dois continentes podem permitir”, pontua.
Azzarello ainda destaca que “as origens de uma grande parte da população brasileira é europeia” e que “os investimentos estrangeiros no Brasil também são em grande parte europeus”. O país “vive alguns dos problemas que estão atingindo muitos outros, como inflação e desemprego, sobretudo”.
“Mas, o Brasil é imensamente rico em matérias primas, também raras, tem uma excelente matriz energética e é uma potência agrícola e zootécnica. Um país do presente e do futuro”, acrescenta.
Nos últimos meses, com a melhora significativa da pandemia de Covid-19, o embaixador destacou uma “forte retomada das relações entre Brasil e Itália, com visitas recíprocas de delegações políticas e técnicas, participações em feiras nos dois países, outros eventos bilaterais, científicos, culturais e ambientais, que sempre despertam um elevado interesse”.
Um quadro que não deve mudar por conta das eleições presidenciais, que ocorrem em 2 de outubro. “O Brasil é uma democracia jovem, sólida, muito apaixonada e franca, que não deve surpreender e não pode ser avaliada sob os parâmetros e a ótica ocidentais. Seguiremos com atenção, torcendo pelo país e por todos os seus cidadãos, prontos para continuar a trabalhar juntos”, conclui Azzarello.
Fonte: Terra