Três pessoas foram presas e outras 22 precisaram de atendimento médico
Os movimentos separatistas protestam, hoje (21), na Catalunha, contra o julgamento de 12 dos seus dirigentes em Madrid, tendo reunido cerca de 13 mil pessoas no centro de Barcelona, segundo a polícia local.Os movimentos separatistas protestam, hoje (21), na Catalunha, contra o julgamento de 12 dos seus dirigentes em Madrid, tendo reunido cerca de 13 mil pessoas no centro de Barcelona, segundo a polícia local.
Eles manifestam apoio à “greve geral” convocada para protestar contra o julgamento, em Madrid, de 12 dirigentes envolvidos na tentativa de independência de 2017. Os manifestantes empunhavam bandeiras e fotos dos presos com inscrições dizendo “inocentes”, assim como cartazes com frases como “Este julgamento é uma farsa” ou palavras de ordem a exemplo de “liberdade para os presos políticos” ou “01 de outubro, nem esquecimento nem perdão”.
Segundo informou a Secretaria Regional da Administração Interna do governo catalão, foram detidas três pessoas e outras 22 precisaram de atendimento pelos serviços de socorro médico hoje de manhã, durante os bloqueios no trânsito, ocorridos em várias vias.
Protestos também tiveram lugar em outras localidades da Catalunha e está prevista uma manifestação em Barcelona, no início da noite. O dia começou com vários grupos de radicais dos Comitês de Defesa da República (CDR) a cortar várias estradas na Catalunha. Os CDR também impediram a circulação de comboios em duas linhas, segundo a empresa responsável pelos caminhos de ferro Renfe.
O julgamento dos 12 dirigentes separatistas catalães iniciou-se na terça-feira da semana passada, no Tribunal Supremo e Madrid, e deverá demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de verão. O Ministério Público pediu penas que vão até 25 anos de prisão contra os acusados, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência.
O principal acusado no julgamento dos separatistas catalães, o ex-vice-presidente do governo regional Oriol Junqueras, disse na semana passada em tribunal que se considera um “prisioneiro político” que está a ser julgado pelas suas ideias. No banco dos réus estão também vários ex-membros do antigo executivo regional, a antiga presidente do Parlamento catalão e os dirigentes de duas poderosas associações cívicas
A figura principal da tentativa de independência, o ex-presidente do Governo regional catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica, é o grande ausente neste processo, visto que Espanha não julga pessoas à revelia em delitos com este grau de gravidade. Após realizar a 1º de outubro de 2017 um referendo sobre a independência proibido pela justiça, os separatistas catalães proclamaram a 27 de outubro do mesmo ano uma República catalã independente, decisão que levou o executivo central de Mariano Rajoy a destituir Carles Puigdemont e a dissolver o parlamento regional.