Presidente sul-coreano está em Washington para reunião com Trump. Os dois discutem opções para frear o programa nuclear da Coreia do Norte
Por Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (11) que está disposto a se encontrar uma terceira vez com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Em fevereiro, a segunda reunião entre os dois líderes, em Hanói, no Vietnã, terminou sem sucesso.
Trump recebeu na Casa Branca o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, para discutir maneiras de dissuadir o regime norte-coreano de continuar com o programa nuclear. As discordâncias sobre o desmantelamento das bases de mísseis na Coreia do Norte foram, inclusive, uma das maiores razões para que o encontro em Hanói terminasse sem acordo.
Além disso, Trump decidiu não comentar se houve novas conversas por correspondência entre ele e Kim. Segundo a agência Reuters, os dois líderes têm trocado cartas.
A Coreia do Norte suspendeu testes nucleares e lançamentos de mísseis e, portanto, pede fim às sanções impostas sobre o regime liderado pela família Kim. O governo norte-americano, porém, voltou a construir uma área de lançamento de satélites poucos dias depois do encontro em Hanói.
Assim, os Estados Unidos sustentam que o país asiático ainda não deu passos significativos rumo à uma desnuclearização total, e o governo Trump voltou a impor sanções à Coreia do Norte.
Coreia do Sul apoia novo encontro dos EUA com o Norte
O presidente sul-coreano disse que não vê o encontro de Trump e Kim em Hanói como um fracasso. Para ele, a reunião foi parte de um longo processo de pacificação com o Norte. Moon afirmou, ainda, que concorda com Trump que a meta final é a desnuclearização completa da Coreia do Norte.
“Nossa importante tarefa, agora, é manter o ritmo do diálogo e também expressar à comunidade internacional a expectativa positiva para um terceiro encontro entre a Coreia do Norte e os EUA, que vai acontecer em um futuro próximo”, disse Moon.
Apesar da tensão recorrente entre Sul e Norte, Moon tem advogado por uma saída diplomática para os impasses com o regime de Kim. O sul-coreano espera que Trump ajude a persuadir a ditadura de Pyongyang a acabar com o programa de mísseis.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, caminham pelo jardim do hotel Metropole, em Hanói, no Vietnã, em fevereiro — Foto: Reuters/Leah Millis O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, caminham pelo jardim do hotel Metropole, em Hanói, no Vietnã, em fevereiro — Foto: Reuters/Leah Millis
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, caminham pelo jardim do hotel Metropole, em Hanói, no Vietnã, em fevereiro — Foto: Reuters/Leah Millis
Trump, por outro lado, disse que pretende trabalhar com um grande acordo em vez de fazê-lo “passo a passo”.
“O grande acordo que podemos fazer é nos livrarmos das armas nucleares [da Coreia do Norte]”, disse o norte-americano.
Ajuda humanitária à Coreia do Norte
Perguntado por repórteres se o governo norte-americano estava pronto para relaxar algumas das sanções à Coreia do Norte, Trump disse que ele e Moon discutiram “alguns assuntos humanitários”. Há a possibilidade de a Coreia do Sul ajudar os vizinhos do norte com abastecimento de comida.
Sobre possíveis sanções, Trump disse: “Nós podemos sempre impor mais, mas eu não queria fazer isso agora”.
Na quarta-feira, porém, Kim disse a correligionários do regime que se esforçaria para fazer a economia mais autossuficiente. A ideia, segundo a imprensa estatal norte-coreana, é tentar mostrar que as sanções não vão colocar a Coreia do Norte “de joelhos” frente a “forças hostis”.