Súsan Faria*
Fotos: Elaine Loin
Em 15 de abril de 1912, nascia em Mangyŏngdae, atual cidade de Pyongyang, na província de Heian-nandō, Kim Il Sung, o líder daquele pais. A nação festeja, neste domingo, o 106.º aniversário do nascimento do seu fundador, considerada uma das festividades mais importantes da Coreia do Norte. Porém, este ano não se realizaram as paradas militares de anos anteriores.
A celebração incluiu festivais artísticos e desportivos e oferendas de flores. Mas. Mas não houve desfile militar nem alusões ao programa de armamento do regime.
As ruas de Pyongyang, a capital norte-coreana, foram preenchidas com cartazes comemorativos do aniversário do fundador e avô do actual líder, Kim Jong-un, e milhares de cidadãos depositaram ramos de flores nos muitos monumentos dedicados ao “líder eterno”, que morreu em 1994.
Em Brasília, a comemoração foi antecipada para o dia 12, quando o embaixador norte-coreanos Kim Chol Hak recebeu convidados para um jantar na sede diplomática daquele país. Segundo a constituição daquele país, Kim II Sung é oficialmente o Presidente Eterno da Coreia do Norte, sendo feriados nacionais as datas do seu nascimento e de sua morte (o líder faleceu em 8 de julho de 1948). Sucedeu-lhe como líder o seu filho, Kim Jong-il.
O embaixador Kim Chol Hak disse que o “Presidente Kim II Sung entrou no caminho para a revolução desde cedo e fundou a Ideia Juche e Songun, transformando o povo coreano em um povo independente e criativo com essas ideias”. Afirmou que Kim II realizou “a política de amor e respeito ao povo e construiu o país socialista”. Disse ainda que pelas conquistas acumuladas, o povo coreano comemora o dia do natalício do seu “eterno” presidente como o “Dia do Sol”. Por fim, o diplomata propôs um brinde pela saúde de todos e pela amizade e desenvolvimento e fortalecimento das relações entre a Coreia do Norte e o Brasil.
Entre os convidados para a homenagem ao líder coreano estiveram presentes o senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL) e a ex-senadora e ex-ministra da então Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres no governo Lula da Silva, Emília Fernandes.
História – Kim II Sung esteve à frente da criação de um partido revolucionário de base marxista-leninista. Foi primeiro-ministro de 1948 a 1972 e presidente da Coreia do Norte de 1972 até à sua morte, em 8 de julho de 1994. Foi também o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Segundo o governo norte-coreano, Kim II Sung foi um dos principais líderes da revolta contra os japoneses, que durou 35 anos – de 29 de agosto de 1910 a 15 de agosto de 1945.
A Coreia do Norte fica Leste Asiático e ocupa a metade norte da Península da Coreia. Sua capital e maior cidade é Pyongyang. Seus rios Amnok e Tumen formam fronteira com a República Popular da China. Um trecho do rio Tumen no extremo nordeste é a fronteira natural com a Rússia.
As relações diplomáticas entre o Brasil com a Coreia do Norte foram estabelecidas de 2001. A embaixada do Brasil em Pyongyang foi instalada em 2009 e a embaixada da Coreia do Norte em Brasília em 2005. O Brasil é o único país latino-americano com embaixadas residentes nas duas Coreias.
Relações bilaterais – O Brasil presta cooperação técnica à Coreia do Norte em agricultura, especialmente no cultivo da soja. Em 2010, representantes do Ministério das Relações Exteriores e da EMBRAPA realizaram missão técnica ao país, ocasião em que foi firmado Acordo de Cooperação Econômica e Técnica.
Em solidariedade às dificuldades enfrentadas pelo povo norte-coreano, o Brasil realizou três iniciativas de ajuda humanitária ao país, todas por meio do Programa Mundial de Alimentos da ONU: em abril de 2010, doação pecuniária, no valor de US$ 200 mil; em dezembro de 2011, doação de 16,5 mil toneladas de milho; e entre abril e maio de 2012, doação de 4.600 toneladas de feijão.
Quando do lançamento de foguete norte-coreano (dezembro de 2012) e da realização de testes nucleares (fevereiro de 2013, maio de 2009 e outubro de 2006), o Brasil manifestou-se publicamente em favor do desarmamento e da não proliferação de armas de destruição em massa, conclamando a Coreia do Norte a cumprir plenamente todas as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU e contribuir ativamente para criar as condições necessárias à retomada das negociações voltadas a assegurar paz a e a segurança na Península.
Fonte com adaptações: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha-pais/5046-republica-popular-democratica-da-coreia