Manifestantes fecharam ruas da capital La Paz e outras cidades de três estados na Bolívia nesta quarta-feira (21) contra nova candidatura de Evo Morales à presidência. O político tenta o quarto mandato consecutivo.
Os protestos se concentraram em bairros residenciais de classe média alta em La Paz, Cochabamba e Tarija. Na fronteira com o Brasil, os manifestantes fecharam a ponte que liga Guajará-Mirim (em Rondônia) e a cidade boliviana de Guayaramerin.
No entanto, as lideranças do protesto esperavam uma greve nacional maior. Seis regiões bolivianas decidiram não aderir. Em uma delas, Santa Cruz, a manifestação não ocorreu porque um incêndio florestal consome 600 mil hectares de seu território, informou o Comitê Cívico Pró-Santa Cruz.
Apesar da baixa adesão, os líderes do movimento aplaudiram os protestos. “É uma greve que se fez sentir, com a força necessária”, disse o ativista Waldo Albarracín, diretor do Conselho Nacional de Defesa da Democracia (Conade) e reitor da Universidade Estadual de La Paz.
‘Um fracasso’, diz ministro sobre greve
O governo boliviano minimizou os protestos, principalmente pela baixa adesão. O ministro da Comunicação da Bolívia, Manuel Canelas, afirmou que o movimento fracassou. “Acreditamos que a greve foi um fracasso, os relatórios que nos enviaram, as imagens que vimos (…) mostram que tinha um trânsito livre e um desenvolvimento normal”, avaliou.
O Conade convocou uma nova greve a partir de 10 de outubro. Os detalhes da paralisação não foram definidos.
Por que candidatura de Morales divide a Bolívia?
Três pesquisas apontam Morales como primeiro colocado nas intenções de votos para as eleições de 20 de outubro.
A oposição acusa o governo de desconsiderar o resultado de um referendo de fevereiro de 2016, em que os eleitores rejeitaram a possibilidade de Morales se candidatar a um novo mandato.