Os resultados totalizados nesta segunda-feira (14) das eleições na Polônia deram vitória ao partido conservador Lei e Justiça (PiS, na sigla em polonês) na Câmara. A legenda, no entanto, perdeu a maioria no Senado – o que deve frear o ritmo das medidas que o governo tenta impor no país.
Para a Câmara, o PiS obteve 43,6% dos votos – um aumento em relação aos 38% conseguidos em 2015. Isso dará ao partido 235 assentos, e há a expectativa de que os conservadores obtenham apoio da Confederação, sigla da direita ultranacionalista que conquistou 11 cadeiras.
Entretanto, o PiS não deve conseguir apoio de dois terços dos deputados – algo necessário para que o partido faça a reforma constitucional que pretende fazer. Além disso, os conservadores assistiram ao retorno da esquerda ao Parlamento e à derrota no Senado, em que os opositores conseguiram 51 das 100 cadeiras.
“Conquistamos muito, mas merecemos mais”, ponderou o líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski.
As eleições na Polônia colocaram em jogo a capacidade do atual governo em manter apoio popular em uma campanha marcada por acusações de abuso de poder.
O PiS recebe críticas por politizar o judiciário e converter canais públicos de comunicação em imprensa de propaganda pró-governo. Além disso, declarações homofóbicas de integrantes do partido foram rechaçadas internacionalmente.
Ao mesmo tempo em que se valia da plataforma conservadora, o PiS intensificou durante a campanha a divulgação de programas sociais, como uma bolsa paga às famílias de cerca de R$ 500 mensais por criança.
A participação foi de 61,1%, um recorde desde as primeiras eleições de 1989, organizadas ainda segundo o sistema herdado do comunismo.
Como ficou o Parlamento polonês
Na Polônia, os eleitores votam em uma lista que servirá tanto para a Câmara quanto para o Senado – assim, a formação das bancadas depende de como foi o voto em cada região. Segundo o jornal polonês “Wyborcza”, a composição do Parlamento polonês ficou assim após as eleições ocorridas no domingo:
Câmara
- Lei e Justiça (PiS), conservador nacionalista: 235 assentos
- Coalizão Cívica (KO), centrista liberal: 134 assentos
- Lewica, esquerda: 49 assentos
- Coalizão Polonesa (PSL + Kukiz’15), coalizão agrária e antissistema: 30 assentos
- Confederação, direita ultranacionalista: 11 assentos
- Minoria alemã: 1 assento
Senado
- Lei e Justiça (PiS): 48 assentos
- Coalizão Cívica (KO): 43 assentos
- Coalizão Polonesa (PSL + Kukiz’15): 3 assentos
- Lewica: 2 assentos
- Independentes: 4 assentos