Além do fóssil humano mais antigo já achado no Brasil, o museu abrigava peças históricas de valor incalculável
Correio Braziliense
Atingido por um incêndio na noite de domingo (2/9), o Museu Nacional do Rio de Janeiro contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens, todos parte da história do Brasil e do mundo. Na manhã desta segunda-feira, após conseguir controlar o fogo, o Corpo de Bombeiros trabalhava para determinar as proporções do incêndio e checar se, ainda há, alguma obra que resistiu à destruição.
O museu ocupava o palácio onde Dom João VI morou quando chegou ao Brasil, em 1808. Dez anos mais tarde, o rei fundou o Museu Nacional, que completou 200 anos há menos de um mês.
Ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu ministrava cursos de graduação e pós-graduação e detinha a maior coleção de arqueologia egípcia da América Latina, além de sediar o maior acervo de história nacional, com peças imprtantes da arqueologia brasileira.
Em uma área destinada à cultura do Pacífico, o Museu também tem artefatos da Polinésia, Nova Zelândia e Nova Guiné. Da cultura indígena, a estimativa é que haja mais de 30 mil objetos. Com mais de 60 peças, o lugar também tem a maior coleção de meteoritos do Brasil.
Veja a seguir sete peças fundamentais do acervo que, quase certamente, foram destruídas pelo incêndio:
1.Luzia
Na sala da arqueologia brasileira, uma das principais atrações do museu era Luzia, nome dado ao fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. O crânio era de uma mulher que há 11 mil anos habitou a região onde hoje fica o país. Ao lado da peça, havia também a reconstrução tridimensional da face de Luzia.
- Meteorito Bendegó
É o maior meteorito encontrado no Brasil até agora, com 5,36 toneladas. Ele foi descoberto em 1784, no sertão da Bahia, e foi para o Museu Nacional depois de 100 anos.
- Trono de Daomé
É o trono do rei africano Adandozan (1718-1818), doado pelos embaixadores do monarca ao príncipe Dom João VI, em 1811.
- Caixão de Sha-Amun-en-su
O acervo egípcio do museu é considerado o mais antigo e importante da América Latina. O caixão de Sha-Amun-en-su foi um presente do príncipe do Egito à Dom Pedro II, em uma visita ao país, em 1876. A múmia ficava exposta dentro do gabinete do imperador brasileiro.
- Maxakalisaurus topai
Encontrado na região do Prata, em Minas Gerais, o fóssil foi apelidado de “Dino Prata”. Ele é uma reconstrução de como o animal se apresentava em vida.
- Máscara indígena do povo Ticuna
Na sala de Etimologia indígena desvendam parte das raízes culturais do Brasil. Um dos destaques é a máscara indígena, que compunha rituais das tribos.
- Sala do Trono
É a sala particular de Dom Pedro II e Thereza Christina, na época. Era onde acontecia as audiências reais.