O governo reconhecido internacionalmente enfrenta tropas dissidentes do leste na capital do país, Trípoli. Pelo menos 13,5 mil pessoas já foram obrigadas a deixar suas casas
Por G1
Duas semanas depois do início dos conflitos na capital da Líbia, Trípoli, 174 pessoas morreram e 756 ficaram feridas, informou nesta terça (16) a Organização Mundial de Saúde no país, que também anunciou ter enviado equipes extras de cirurgia a hospitais. Outras 13,5 mil foram obrigadas a deixar suas casas, segundo o último levantamento da ONU.
Desde 4 de abril, as forças do Governo de Unidade Nacional (GNA), reconhecido pela comunidade internacional, e o Exército Nacional Líbio (LNA, em inglês), comandado pelo ex-general Khalifa Haftar, se enfrentam nas proximidades de Trípoli. As tropas dissidentes, baseadas em Bengazi, não reconhecem o governo central.
O ex-general Haftar, de 75 anos — que passou os últimos anos lutando contra militantes islâmicos no leste da Líbia — apresenta-se como uma “mão forte” que pode unificar o país e livrá-lo dos extremistas. Seus oponentes, entretanto, o veem como alguém que poderia liderar de forma autoritária, como o ex-ditador Muammar Kadhafi, morto em 2011.
As forças do LNA tomaram o deserto da Líbia no início deste ano, antes de partirem para Trípoli neste mês, onde estão abrigadas na parte sul. O governo do primeiro-ministro, Fayez al-Serraj, busca bloqueá-los com a ajuda de grupos armados que saíram da cidade de Misrata, no litoral, em picapes equipadas com metralhadoras.