Pelo menos nove pessoas morreram em Bangladesh neste sábado (4) na passagem do ciclone Fani, que já havia deixado nove mortes no leste da Índia, com ventos de até 200 km/hora, e um rastro de destruição.
O poderoso ciclone, que atingiu na sexta-feira (3) a cidade sagrada de Puri, na Índia, antes de se mudar de direção para Bangladesh, é um dos mais fortes do Oceano Índico em anos.
Os ventos foram sentidos até mesmo no Monte Everest, onde uma tenda voou no Acampamento 2 a 6,4 mil metros de altura.
A polícia de Bangladesh informou a morte de nove antes mesmo que o centro da tempestade cruzasse a fronteira neste sábado pela manhã.
Mais de 1,6 milhão de pessoas foram transferidas para abrigos, informaram as autoridades de Bangladesh à AFP.
Trinta e seis aldeias de Bangladesh foram inundadas depois que as águas da enchente levaram ao rompimento de barragens. Entre os mortos em Bangladesh, cinco foram atingidos por raios.
Passagem pela Índia
Na Índia, a tempestade enfraqueceu, mas ainda foi capaz de causar danos no estado de Bengala Ocidental e sua capital, Kolkata, incluindo a área de manguezais Sundarbans, com ventos de até 70 km/h e chuvas fortes que castigaram durante a noite.
O chefe do escritório de catástrofes no estado indiano de Odisha, Prabhat Mahapatra, disse que o número de mortos era provisório. “Havia cerca de 160 pessoas feridas apenas em Puri e o trabalho de resgate continua”, disse ele à AFP.
Em Puri, a cidade sagrada do hinduísmo que atrai milhões de visitantes e peregrinos, também foram tomadas medidas para proteger o templo de Jagannath, de 850 anos de idade.
Correspondentes da AFP em Puri apontaram que parecia uma cidade fantasma. O fornecimento de eletricidade e água foi interrompido na maior parte desta cidade de 200 ml habitantes.
Fani é a quarta tempestade do gênero a atingir a costa leste da Índia em três décadas.
Em 2017, o ciclone Ockhi deixou quase 250 mortos e mais de 600 desaparecidos nos estados de Tamil Nadu e Kerala.