O Brasil recebeu do governo da China a expectativa de uma solução rápida para o comércio bilateral de carne bovina. O assunto foi discutido, na quinta-feira (21/10), pelo o chanceler chinês Wang Yi e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, em videoconferência, onde, segundo os informes oficiais, houve um compromisso de aprofundar a cooperação entre as duas nações e também multilateral.
“Os representantes de Brasil e China conversaram sobre abertura e diversificação de mercados, incluindo retomada das exportações de carne bovina brasileira. O Chanceler chinês acredita que o assunto da carne bovina será resolvido rapidamente”, relatou, em comunicado, o Itamaraty.
As exportações de carne bovina para a China estão suspensas desde o dia 4 de setembro, depois da confirmação de dois casos atípicos de mal da vaca louca, em Mato Grosso e Minas Gerais. A demora na retomada do comércio já vem refletindo nos preços internos do boi gordo e da carne bovina no Brasil, que vêm apresentando queda nas últimas semanas.
Diante do impasse, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chegou a dizer que estaria disposta a ir à China discutir pessoalmente o assunto. Nesta semana, o Ministério da Agricultura determinou que a carne já produzida e que teria como destino o mercado chinês pudesse ser estocada por um período de 60 dias.
Cooperação – A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e uma importante fonte de investimento no país. No agronegócio, tem sido o principal destino de produtos importantes da pauta de exportações brasileira, como soja e carnes.
De acordo com o relato do Ministério das Relações Exteriores, Carlos França e Wang Yi avaliaram que a cooperação entre Brasil e China no combate à pandemia de Covid-19 foi bem sucedido. E discutiram o aprofundamento das relações bilaterais em áreas como biotecnologia, nanotecnologia, computação e inteligência artificial.
“As áreas de sustentabilidade, inovação e cooperação tecnológica foram destacadas pelos Ministros por seu potencial para dinamizar e aprofundar a cooperação bilateral no pós-pandemia”, destacou o Itamaraty.