Em visita ao país, embaixador Mauro Vieira conversa ainda sobre novo acordo para energia de Itaipu e cooperação bilateral
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, foi recebido pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e seu chanceler, Julio César Arriola, em Assunção, na quinta-feira (9). Na capital paraguaia, os líderes conversaram sobre os acordos de venda de energia de Itaipu e a integração regional.
Durante o encontro Arriola anunciou que apoia a candidatura brasileira para sediar a COP30, a mais importante cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU). O governo brasileiro quer sediar o evento em Belém, em 2025. Esta é sua primeira viagem internacional como chanceler que aproveitou para convidar os paraguaios para o G20.
A Usina de Itaipu, construída de maneira conjunta por brasileiros e paraguaios, também entrou na agenda. O acordo firmado para a construção da segunda maior usina hidrelétrica do mundo prevê que as bases financeiras para a venda de energia excedente serão rediscutidas após a quitação das dívidas contraídas para a construção de Itaipu — que ocorreu agora em 2023.
O governo brasileiro compra energia elétrica dos paraguaios, que não utilizam toda a cota que teriam direito da produção de Itaipu. O Paraguai entende que o Brasil poderia pagar mais pela energia elétrica que compra.“Concordamos com a importância de definir, o quanto antes, as bases orçamentárias para este ano, com vistas à fixação da tarifa a ser ofertada pela entidade para 2023. Lembremos que esse processo ainda está no nível técnico da Itaipu Binacional”, afirmou Arriola.
Apesar do início de diálogo, o acordo para redefinir as bases e valores para venda de energia deve ser definido apenas depois das eleições presidenciais no Paraguai, previstas para 30 de abril. Vieira destacou que o governo brasileiro é o maior investidor estrangeiro no Paraguai e que a cooperação regional é uma prioridade do Governo Federal. “Expressei a visão de um novo momento do Brasil e de sua relação com a região, uma relação que voltou ao centro de nossa política externa, conforme determina nossa Constituição, e como havíamos feito no passado”, disse o chanceler brasileiro.