O diplomata assume o posto cobiçado por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tendo já sido sinalizado o pedido de agrément que deve ser encaminhado ao governo dos Estados Unidos nos próximos dias. “Por aqui mesmo a gente já pede o agrément e formaliza”, disse Bolsonaro a jornalistas na partida de Tóquio a caminho de Pequim, a próxima parada de sua viagem pela Ásia e o Oriente Médio. “É uma pessoa benquista, é um quadro exemplar, tem tudo para dar certo”.
Forster é hoje o encarregado de negócios da embaixada em Washington e era o nome mais cotado para ocupar o posto até a decisão do presidente de indicar o filho, em julho deste ano. Eduardo, no entanto, desistiu da posição em meio a uma crise dentro de seu partido, o PSL. Amigo do chanceler Ernesto Araújo e ligado a Olavo de Carvalho, Forster segue os padrões conservadores impostos pelo governo Bolsonaro, mas não tem experiência como chefe de embaixadas. Foi promovido a ministro de primeira classe —equivalente a embaixador— apenas em junho deste ano, justamente em preparação para ser indicado para a posição em Washington.
Eduardo Bolsonaro anunciou sua desistência do posto esta semana, depois de ter eclodido a crise no PSL em que terminou assumindo a liderança da bancada na Câmara, em uma manobra do grupo bolsonarista do partido. O deputado, no entanto, não tinha votos suficientes no Senado para ter a nomeação aprovada. Desde que foi indicado pelo presidente, em julho, Eduardo e o Planalto faziam lobby por seu nome, mas o governo nunca chegou a ter garantia de que seria aprovado — tanto que a mensagem oficial com a indicação nunca chegou a ser enviada ao Senado. O Brasil está sem embaixador em Washington desde abril, quando Sérgio Amaral, indicado ainda no governo Temer, foi retirado do posto por ordem de Bolsonaro.