Os EUA pedem que os aliados europeus incrementem seu investimento em defesa e cheguem até um patamar mínimo de 2% do PIB
Folhapress
Um dia depois de causar um considerável mal-estar em uma cúpula em Bruxelas, Donald Trump voltou a tensionar as relações com os seus aliados europeus durante a manhã desta quinta-feira (12).
Circularam boatos -não confirmados- de que ele ameaçou abandonar a Otan, a aliança militar ocidental, caso não fosse atendido em suas exigências de que a União Europeia investisse mais em sua defesa.
Após as repetidas reclamações feitas por Trump em uma reunião a portas fechadas, a liderança da Otan convocou um encontro de emergência para discutir a crise, segundo os relatos.
Os Estados Unidos tradicionalmente pedem que os aliados europeus incrementem seu investimento em defesa e cheguem até um patamar mínimo de 2% do PIB. A Alemanha hoje só gasta 1,2%.
Mas nesta quarta (11) Trump passou a sugerir -inesperadamente- que o investimento chegue a 4%. Diplomatas presentes nos encontros, ouvidos pelas agências de notícias, dizem que ele que também exige que essas metas sejam cumpridas rapidamente: 2% até o fim do ano e 4% até 2024.
Esses aumentos nos gastos de defesa, no entanto, são considerados inviáveis pelos governos europeus. Em primeiro lugar por limitações econômicas, mas também pela resistência dos eleitores. Mesmo os EUA gastam hoje apenas 3,5% do PIB, ou seja, menos do que a nova meta de seu governo.
Se Trump de fato ameaçar publicamente deixar a Otan, uma organização voltada principalmente a conter os avanços da Rússia, será uma péssima notícia para a União Europeia e demais aliados. O Otan tem hoje 29 membros.
A situação é agravada pelo fato de que, na segunda (16), o presidente americano se reúne na Finlândia com sua contraparte russa, Vladimir Putin -que provavelmente celebra as notícias de Bruxelas.