Os competidores brasileiros na WorldSkills tiveram, nesta terça-feira (20), o gostinho da Rússia. No primeiro dia no país que recebe a olimpíada mundial de profissões técnicas, eles conheceram a deslumbrante arquitetura de Kazan, cidade-sede do torneio a 821 km de Moscou. O Brasil participa da disputa com uma delegação de 63 jovens, ex-alunos de cursos de educação profissional, que vão competir em 56 modalidades. Mesmo durante o passeio, no entanto, o foco deles estava no conhecimento adquirido para a vida profissional.
Foi o caso de Brumell Rodrigues dos Anjos, competidor da área de Construção de Estruturas para Concreto, 20 anos, que se encantou com o que viu. A delegação visitou o Complexo Arquitetônico e Histórico do Kremlin de Kazan, patrimônio mundial da humanidade, construído durante o reinado de Ivan, o Terrível, que governou a região de 1533 a 1547.
“A arquitetura da cidade é incrível, o que vimos aqui é muito diferente do Brasil. A experiência foi muito importante para mim por causa da área em que eu trabalho. A construção civil, a engenharia e a arquitetura envolvem muita criatividade e a visita abriu muitos horizontes para mim”, contou o jovem.
Assim como os demais 1.300 competidores, o dia dos brasileiros começou com o hasteamento das bandeiras dos 63 países participantes em cerimônia na qual também foram plantadas árvores pelos jovens. A delegação brasileira está instalada na WorldSkills Village, conjunto que abriga mais de 5.500 pessoas e também foi usado por atletas da Copa do Mundo da Rússia, no ano passado. Participaram da cerimônia de abertura da vila o presidente da WorldSkills International, Simon Bartley; o presidente da República do Tatarstão, região onde está a cidade de Kazan, Rustam Minnikhanov; e o diretor-geral da Young Professionals da WorldSkills Russia, Robert Urazov.
“A vila é muito calorosa, as pessoas estão muito animadas, é um clima muito bom e estou vendo muita organização. Está tudo fluindo muito bem. Apesar de haver milhares de pessoas, é um lugar em que a gente está se sentindo em casa”, conta Daniela dos Santos Carneiro, moradora de Conceição do Coité (BA), representante do Brasil na modalidade Tecnologia de Laboratório Químico.
INCENTIVO – No fim do dia, durante o jantar, os competidores receberam o incentivo do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, de parlamentares, conselheiros do SENAI e representantes de sindicatos. O SENAI treinou 56 competidores dos setores da indústria e dos serviços e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) orientou sete representantes do setor do comércio.
“Eu desejo a todos muito boa sorte, muito trabalho. Nós (a seleção brasileira de futebol) perdemos a Copa do Mundo em Kazan, e agora vocês têm a responsabilidade de levar a medalha para o Brasil. Tenho certeza que vocês farão uma belíssima disputa, e independentemente do resultado, vocês já são grandes campeões. Quem chegou aqui já é campeão”, incentivou Robson Braga de Andrade.
O presidente da CNI anunciou ainda que todos os participantes da delegação brasileira receberão bolsas para continuar os estudos em cursos de nível superior. Os medalhistas de ouro receberão R$ 3,5 mil em bolsa; aqueles que receberem prata terão bolsas de R$ 3 mil e os de bronze, de R$ 2,5 mil. Os competidores que obtiverem certificados de excelência terão R$ 2 mil em bolsas e os demais, R$ 1,5 mil. Os treinadores dos medalhistas também receberão prêmios.
Em Kazan para também acompanhar a WorldSkills, o deputado federal Marcos Pereira (PRB-SP), primeiro-vice presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro da Indústria e Comércio, também homenageou os competidores: “Vocês devem aproveitar esta oportunidade com a maior garra possível. Imagino que muitos têm uma vida de luta, difícil, mas também de vitórias. Só em estar aqui vocês já são vencedores, mas vocês podem ir além, o céu é o limite, depende apenas de você, da sua crença e de sua confiança acima de tudo em você mesmo, porque você pode”, disse. “Temos de acreditar sempre, temos de focar, de perseverar e uma forma de fazer isso é estudar e acreditar muito em nosso país”, reforçou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba, Alexandre Martins.
A WorldSkills é a maior competição de educação profissional do planeta. A cada dois anos, jovens de até 22 anos disputam medalhas de ouro, prata e bronze em provas que reproduzem o dia a dia das profissões. A delegação brasileira é uma das favoritas da disputa. Os brasileiros foram os grandes campeões em 2015, quando a competição ocorreu em São Paulo e, na última edição, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, conquistou o 2º lugar.