Embaixador Armen Yeganian ressalta a importância do respeito aos direitos humanos para a Armênia. O país foi anunciado como anfitrião da COP17.
A embaixada da Armênia no Brasil sediou, no dia 30, a festa dos 33 anos de independência do país. A cerimônia, a primeira no novo edifício, iniciou-se com um vídeo institucional mostrando as inúmeras belezas naturais, arquitetônicas e a diversidade cultural armena. O embaixador da Armênia, Armen Yeganian, iniciou seu discurso afirmando que seu país, embora bastante novo, é uma nação democrática, que sobreviveu à histórias, altos e baixos, tragédias, vitórias, genocídios, limpezas étnicas, e que isso tudo a tornou muito proeminente na defesa dos direitos humanos.
De acordo com Yeganian, os armenos são muito fortes nos direitos humanos a nível internacional, dinâmicos no Conselho da Europa, nas Nações Unidas, especialmente nas Assembleias Gerais, maior de mulheres empregadas do que em muitos outros países avançados. “Além disso, defendemos todo tipo de liberdade, incluindo a religiosa”, completou. Embora majoritariamente cristão, o islamismo e a religião ortodoxa, entre outras, são livremente praticadas naquela nação.
Em sua fala, o embaixador armeno afirmou que as relações com o Brasil estão se fortalecendo a cada dia, com um progresso significativo desde abril de 2023 quando foi criado o Grupo de Amizade Brasil-Armênia e pelas consultas políticas no Itamaraty. “Ainda temos mais pela frente”, acrescentou Yeganian. Para o diplomata, a amizade entre os países transcende política. A vasta comunidade armena, vivendo no Brasil, de acordo com ele, é a prova disso. “Essas pessoas são a ponte que conectam nossas nações e sou muito grato a todas elas”.
O embaixador acrescentou que os armenos e os brasileiros são muito parecidos no jeito de ser. “São pessoas gentis, calorosas, receptivas e de coração aberto, e acho que esta é uma grande força em nossas relações que podemos desenvolver ainda mais”.
As relações “muito profundas” da Armênia com a União Europeia foram ressaltadas por Yeganian , cuja integração ao Bloco está em processo. “Temos uma excelente relação comercial com a União Eurasiática e, claro, com os vizinhos no Oriente Médio. Além disso, estamos tentando ser mais ativos em empreendimentos internacionais”, frisou o embaixador.
MRE – Em seu discurso, a representante do Itamaraty, Secretária Maria Luísa Escorel de Moraes, ressaltou a importância para o Brasil da contribuição dos migrantes armênios que começaram a chegar a nosso País a partir do início do século XX. “Estima-se que a comunidade armênia no Brasil conte com aproximadamente 40 mil pessoas, concentradas sobretudo no estado de São Paulo, que vêm colaborando enormemente para o desenvolvimento da nossa sociedade, em setores variados como educação, negócios, política, diplomacia e cultura”, relatou Escorel.
Para ressaltar o forte relacionamento bilateral, a secretária anunciou visita do ministro Ararat Mirzoyan e sua delegação, prevista para 2025. “Estamos confiantes de que será uma excelente oportunidade para avançar em diferentes áreas de interesse comum”, disse Outro exemplo da boa amizade entre as duas nações, Escorel Lembrou que o Brasil foi o primeiro país latino- americano a reconhecer a independência da Armênia e a abrir uma embaixada em Yerevan, em 2006.
Grupo de Amizade – O Deputado Federal Arnaldo Jardim, presidente do Grupo de Amizade Brasil-Armênia, reforçou que tem como princípios a luta pela paz entre as nações e defesa dos direitos humanos e combate a corrupção, o que fortifica o embasamento do grupo de amizade Brasil- Armênia, que têm como objetivo intensificar a agenda bilateral entre os dois países.
Jardim informou ainda que o Senado lutou pelo reconhecimento do genocídio que foi submetido o povo Armênia, frisando que ele “tem que ser claro de todas as nações internacionais”. Segundo o parlamentar, em 2015, o Senado reconheceu o genocídio armênio e recomendou ao Presidente da República que também o reconhecesse, porém o Brasil ainda não consta na lista dos países que reconheceram oficialmente o massacre.
O parlamentar mencionou, em sua fala, a plena aplicação da Convenção de Genebra, onde o povo armênio fez o gesto grandioso de buscar, recentemente, a paz com o seu país vizinho, o Azerbaijão. “Não há como não defender a justa determinação da Armênia sobre o seu território, como um todo, das lindas paisagens que aqui foram descritas, de Nagorno-Karabakh”.
COP17- Na noite de sexta-feira, 1, a Armênia foi anunciada como anfitriã da COP17, próxima edição da conferência de biodiversidade das Nações Unidas, que acontece em 2026. O país recebeu 65 dos 123 votos, no dia de encerramento da COP16, em Cali, na Colômbia. Na disputa, inicialmente corriam também Azerbaijão e Uzbequistão. Este último, porém, desistiu do pleito