Milhares de pessoas participaram a protestos neste domingo na Rússia contra os planos do governo de elevar a idade de aposentadoria
Época
Milhares de pessoas participaram a protestos neste domingo na Rússia contra os planos do governo de elevar a idade de aposentadoria, apesar das recentes promessas do presidente Vladimir Putin de aliviar a medida impopular.
Os protestos de domingo mostram que a política proposta continua sendo uma questão politicamente sensível para o governo apesar das concessões oferecidas por Putin em uma fala televisionada na quarta-feira.
Durante o discurso, Putin se responsabilizou pela reforma pela primeira vez e a descreveu como uma necessidade financeira. Ele terminou sua fala pedindo ao povo russo por sua compreensão.
Cerca de 9 mil pessoas se reuniram a alguns quilômetros do Kremlin, de acordo com a White Counter, ONG que faz contagem de participantes em protestos, mas a polícia de Moscou estimou em 6 mil pessoas. Muitos seguravam bandeiras vermelhas e faixas do principal organizador do protesto, o Partido Comunista KPRF.
Uma grande faixa na qual se lia “Não confiamos na Rússia Unida”, partido de Putin, era carregada pela multidão e levava o desenho de um punho vermelho batendo em um urso polar branco, logo do partido de Putin. “Hoje estamos realizando um protesto de toda a Rússia contra a reforma canibal”, disse o líder veterano do Partido Comunista Gennady Zyuganov, à multidão.
Ele então listou as propostas do partido para arrecadar dinheiro para o orçamento estatal, focando em taxar as chamadas oligarquias russas, ao invés de elevar a idade de aposentadoria.
Outros também manifestaram seu apoio pelo candidato do partido à eleição de prefeito de Moscou, que será realizada em 9 de setembro. Uma manifestação separada na cidade, organizada pelo partido Apenas Rússia, atraiu outras 1.500 pessoas protestando contra as reformas da aposentadoria, disse a polícia de Moscou.
Em seu discurso na quarta-feira, Putin diminuiu a ambição do projeto original da reforma, introduzida pelo governo em 14 de junho, que pesquisas de opinião mostram ter sido rejeitada por 90 por cento dos russos e que provocou uma série de manifestações nas últimas semanas.