ONG acusa países de violarem direitos de refugiados na fronteira
Notícias ao Minuto Brasil
A ONG Anistia Internacional denunciou hoje (17) “violações sistemáticas” que estariam sendo cometidas contra refugiados e imigrantes na fronteira entre Itália e França. De acordo com a entidade, essas violações foram constatadas durante uma missão enviada à fronteira entre os dias 12 e 13 de outubro, na zona de Briancon, nos alpes franceses.
Entre as violações observadas, estão “a rejeição de 26 pessoas do posto de polícia de fronteira de Montgenèvre sem exame individual da situação de cada um, nem da possibilidade de pedir asilo”.
“Não foi considerado que oito pessoas eram menores de idade”, disse a Anistia Internacional, acrescentando que também foram constatadas situações de discriminação, ameaças, insultos e dificuldades para registros de solicitação de asilo. “Essas práticas ilegais e esses comportamentos são inaceitáveis em um Estado de direito. A inumanidade e a hipocrisia são intoleráveis”, criticou a Anistia.
Participaram da missão da ONG 60 voluntários, sendo seis advogados do tribunal de GAP, na França, e três advogados italianos, com apoio de outras ONGS, como Anafé, La Cimade, Médicins du Monnde, Médicos Sem Fronteiras, Secour Catholique, Caritas França, Chemins Pluriels, Emmaus France, SGI, GISTI, Icare 05, Refuges Solidaires, Tous Migrants.
Nas últimas semanas, os governos da França e da Itália trocaram farpas devido a incidentes com imigrantes na fronteira. Paris se desculpou com Roma por largar imigrantes de origem africana em um bosque de Claviere, em 12 de outubro.
A França acusa a Itália de violar normas internacionais ao fechar seus portos para pessoas resgatadas no mar, enquanto Roma alega que o país vizinho barra sistematicamente imigrantes na fronteira.