Wathandson Cabral
A ante prima do Amarone safra 2015 foi um grande evento que aconteceu entre os dias 2 e 4 de fevereiro, no qual tive a oportunidade de participar e sentir como foi essa safra de um dos ícones do mundo do vinho italiano.
Foram 68 amarones degustados de 68 vinícolas diferentes, são nesses eventos que podemos confrontar e ver as diferenças de um cru para outro. Foi bem entusiasmante e preocupante no meu ponto de vista.
Meu entusiasmo foi em relação aos pequenos produtores que participaram, expressões de um terroir único, a valpolicella, o amor pela terra, pelo que se faz, são coisas que levam o vinho a ter um legame não só com a natureza mas com as pessoas em si. Da outra parte as grandes vinícolas que apostam em números para saciar o mercado. São 8.187 hectares de vinhedos, 14 milhões de garrafas de Amarone. Muitos apostam em um Amarone internacional, com um teor de açúcar mais alto para agradar o consumidor acostumado com vinhos mais macios, menos seco, mas na realidade o Amarone em si não é assim.
Claro que o cliente vai curado e temos que procurar entregar um produto que se encaixa no gosto das pessoas, mas isso pode ser feito sem renunciar a identidade de um produto. Acredito que o Amarone continuará sendo um dos principais vinhos tintos italianos pela sua qualidade e excelência (quando feito por uma vinícola que sabe fazer o vinho bom).
Continuando, falando do evento e deixando de lado minha opinião sobre o rei da valpolicella, vamos lá. Em questão de mercado o Amarone fechou 2018 com um resultado de 334 milhões de euros, 6% a menos que 2017 pelo fato que caiu um pouco a exportação em alguns dos principais países importadores como a Alemanha. Mas isso não impediu o crescimento em mercados como Inglaterra e Estados Unidos.
Em fim quero concluir dizendo que a Valpolicella faz vinhos de altíssima qualidade onde o Amarone é o destaque, e fiquem ligados na safra 2015 que está sendo considerada a melhor nos últimos 30 anos!