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Por: Stefany Lucchesi Simões (UNESP)
Um tema que tem ganhado cada dia mais relevância no cenário internacional é o feminismo, nas mais diversas áreas do conhecimento e ação humana. Para as expedições científicas na Antártica, a situação não poderia ser diferente. A discussão sobre a participação das mulheres em expedições e nos estudos científicos antárticos cresce mais a cada dia, assim como a revelação de problemas enfrentados por elas. A história da participação feminina na Antártica é uma história em construção: a dinamarquesa Caroline Mikkelsen, em 1934, ocupa a posição de primeira mulher a pisar no continente, desbancando a até então considerada pioneira estadunidense Jackie Ronne, que fez sua viagem à Antártica em 1946. As duas tiveram tal oportunidade por estarem acompanhando seus maridos na realização de seus trabalhos como chefe e capitão da expedição.
Foi apenas a partir de meados do século XX que esse movimento aumentou. Hoje, um terço dos pesquisadores em bases antárticas são mulheres. Porém, as condições de convivência entre homens e mulheres nas bases de pesquisa ainda são complicadas. Entre os livros escritos por mulheres sobre suas vivências, destaca-se o “My Antarctic Honeymoon” da estadunidense Jennie Darlington, que afirmou: “Taking everything into consideration, I do not think women belong in Antarctica” (“Levando tudo em consideração, eu não acho que as mulheres pertencem à Antártica”).
Não há estudos específicos, de que se tenha conhecimento, sobre a participação das mulheres no Programa Antártico Brasileiro, mas, pelo menos, é possível afirmar que foi uma mulher a maior defensora da presença brasileira naquele continente, nos anos 1950, 1960 e 1970. Pioneira no tema, com seu artigo publicado na revista do Clube Militar, em 1956, a professora Therezinha de Castro foi autora do primeiro livro de Geopolítica Antártica escrito no Brasil. O “Rumo à Antártica”, publicado em 1976, ainda é uma referência em língua portuguesa para todos que se interessam pelo assunto.
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