foto: Peter Ilicciev
A embaixadora Brigitte Collet entregou nesta quarta-feira (1º), à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a mais alta condecoração francesa, o grau de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra (“Ordre National de la Légion d’Honneur”). Trata-se de um reconhecimento à sua atuação no mundo da ciência e da saúde, em particular no enfrentamento da pandemia de Covid-19. A cerimônia, ocorrida na Praça Pasteur, no campus de Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
A chefe de missão da França afirmou que foi “um prazer promover a homenagem nesta praça que é um símbolo da amizade e parceria entre os dois países”. Brigitte elogiou o “excepcional e admirável papel da Fiocruz no enfrentamento da crise sanitária, liderado por sua presidente”.
Brigitte fez um histórico da trajetória profissional da presidente Nísia e disse que ela conseguiu reunir, em sua caminhada, áreas como história, saúde pública, geografia, sociologia e biologia e contribuiu imensamente para a parceria franco-brasileira. “No Ano do Brasil na França, entre 2004 e 2005, Nísia coordenou eventos, seminários e exposições e estreitou ainda mais os laços da Fiocruz com o Pasteur, o Instituto Nacional de Pesquisa Médica e de Saúde (Inserm, na sigla em francês) e o Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS, em francês)”.
O evento contou com a participação virtual do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. De seu gabinete, em Brasília, ele saudou as virtudes da presidente Nísia e disse que ela tem “um brilhante currículo e uma trajetória acadêmica sólida. A homenagem é o corolário de uma vida inteira dedicada à ciência e à saúde. Nísia é socióloga, mas se tornou uma profissional de saúde honorária, por toda sua dedicação e empenho e por estar à frente de uma instituição que tem prestado grandes contribuições ao país na luta contra a pandemia”.
“A Fiocruz é um dos orgulhos da diplomacia brasileira e um dos pilares de nossas parcerias científicas internacionais. O Ministério das Relações Exteriores agradece a instituição, em nome da amizade entre França e Brasil”, afirmou o conselheiro Maurício da Costa Carvalho Bernardes, coordenador-geral de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, representando o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França.
“A primeira ideia que me ocorreu quando soube da condecoração foi a dificuldade de dissociar o reconhecimento de minha atuação do reconhecimento de uma instituição criada há 121 anos para enfrentar as emergências sanitárias da época”, contou Nísia ao se referir ao momento em que soube que receberia a homenagem.
A presidente enfatizou duas ações da Fiocruz durante a pandemia, o trabalho do Centro Hospitalar para a Covid-19 e a produção da vacina contra a Covid-19, e aproveitou para celebrar a dedicação dos trabalhadores da instituição que estão comprometidos no enfrentamento à pandemia. A presidente ainda celebrou: “Sou a primeira mulher e a primeira cientista social a presidir essa instituição. Aqui ingressei em 1987, durante a gestão de Sérgio Arouca”.
A comenda Légion d’Honneur foi instituída em 1802 por Napoleão Bonaparte e é a mais alta distinção da França, concedida pelo chefe de Estado a personalidades que se destacam por suas atividades no cenário global. Em 1911, Oswaldo Cruz recebeu a Ordem Nacional da Legião da Honra no grau de Oficial.