O primeiro avião com vacinas contra a covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson no Brasil, pousou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), na manhã desta sexta-feira (25). As doses foram doadas pelos Estados Unidos e recepcionadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman. Serão três milhões de doses em dois voos, sendo que o de hoje contém pouco mais de dois milhões. Com o valor total estimado em R$ 165 milhões, este é o maior número de vacinas doadas pelo governo dos EUA para qualquer país até o momento.
A outra remessa, com mais 942 mil doses, chegará neste sábado (26), segundo o governo brasileiro. Em seu discurso, Queiroga agradeceu ao presidente Joe Biden pelo “ato de generosidade para com o povo do Brasil”, elogiou o SUS e destacou os números da campanha de vacinação durante a pandemia.
“Essa é a primeira doação que recebemos. O Programa Nacional de Imunização é um patrimônio de todos os brasileiros. Através de 38 mil salas de vacinação, o SUS tem condições de imunizar até 2,4 milhões brasileiros por dia. O Brasil já distribuiu mais de 120 milhões doses de vacina e 40% da população acima de 18 anos já recebeu a primeira dose de vacina”, disse o ministro da Saúde.
“Esses três milhões de doses representam um esforço extraordinário para a vacinação do Brasil e simboliza a grande amizade que existe entre nossos povos. Duas grandes nações e um mesmo objetivo: acabar com o caráter pandêmico da covid-19, que tanta infelicidade tem trazido para os nossos povos”, complementou.
Queiroga afirmou ainda que o governo brasileiro tem trabalhado em uma agenda ampla na área da saúde, como a telemedicina, que tem sido útil no acesso dos brasileiros ao SUS. “Mas também na saúde suplementar, pois o medicare americano pode muito bem ser exemplo para o nosso sistema de saúde na busca de modelos novos de remuneração que possam tornar sustentáveis o sistema de saúde dos EUA e do Brasil.”
O ministro citou ainda ao embaixador Todd Chapmann que o governo brasileiro tem como foco e determinação o reforço nas relações bilaterais com os Estados Unidos. “Prova inequívoca disso foi a liberação do visto para os cidadãos americanos entrarem aqui no nosso país. E tudo isso se materializa na nossa forte relação através dessa atuação de vacinas”, finalizou.
Em seu pronunciamento, o embaixador norte-americano afirmou que a determinação do presidente Joe Biden é liderar a resposta mundial no combate à pandemia. “Temos que confrontar [o coronavírus], e o presidente fez a promessa de distribuir as vacinas que temos para o mundo. Estou feliz de representá-lo nesta doação de doses, que valem mais de R$ 145 milhões. É a maior doação [de vacinas] que nós já fizemos a qualquer nação do mundo”, afirmou Todd Chapman.
O governo dos Estados Unidos, que prometeu repassar de graça 80 milhões de vacinas contra o coronavírus aos países que mais precisam, afirmou que equipes científicas e autoridades legais e regulatórias de ambas as nações trabalharam juntas para garantir a entrega rápida das doses.
Eficácia
A vacina anticovid desenvolvida pelo laboratório belga Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, é a única administrada em uma dose. O imunizante apresenta 66,9% de eficácia para proteger contra casos leves e moderados e 76,7% para casos graves. O fármaco já recebeu da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a aprovação para uso emergencial no Brasil e pode ser aplicada em pessoas com mais de 18 anos de idade.
Nesta quinta-feira (24) de manhã, o Brasil recebeu outro lote com 300 mil doses do mesmo fármaco da Johnson, que garante a imunização após uma única aplicação. Antes, na terça-feira (22), havia chegado outra remessa com 1,5 milhão de vacinas. Esses dois carregamentos, entretanto, são de um contrato do Ministério da Saúde com a farmacêutica que prevê a compra de 38 milhões de doses até o fim do ano.