247 – A demissão de Ernesto Araújo, que atuava a serviço dos interesses da extrema-direita internacional, não foi o suficiente para acalmar as relações entre Brasil e China, país que mais compra produtos brasileiros e que mais investe no Brasil. Ainda há muita insatisfação com a presença de Filipe Martins, o olavista que assessor Jair Bolsonaro em temas internacionais e recentemente fez um gesto supremacista branco no Congresso Nacional.
“Parlamentares e membros do Itamaraty deram o recado a Bolsonaro sobre a insatisfação do alto escalão da Embaixada da China com a permanência de Martins no governo. Segundo auxiliares do presidente, os chineses afirmam que o relacionamento entre os dois países só teria a ganhar com a demissão do assessor ou sua transferência para outro cargo. Também destacaram que fica difícil acreditar em uma mudança real na política externa brasileira enquanto Martins estiver à frente da assessoria de Bolsonaro. Os discursos mais acirrados de Bolsonaro sobre política externa têm o dedo de Felipe Martins”, informa a colunista Bela Megale, no Globo.
“A pressão, por hora, não parece ter surtido efeitos. Ao contrário. O presidente dobrou a aposta e, na semana passada, fez mais um ataque à China. Sem citar nominalmente o país asiático, disse que os chineses teriam fabricado o novo coronavírus como arma para uma suposta ‘guerra biológica’. Aliados do presidente que torcem pela saída do assessor atribuem a permanência dele no cargo à influência de Carlos Bolsonaro.”