Este é o primeiro impasse nas negociações do pós-Brexit
A proposta britânica para cidadãos europeus após a saída do país da União Europeia, o chamado “Brexit”, foi rejeitada pelo Parlamento Europeu nesta segunda-feira (10).
Para os parlamentares, o projeto criará uma cidadania de “segunda classe” para os europeus e perpetuará uma “preocupante e constante incerteza” sobre os direitos dos estrangeiros. Além disso, o Parlamento ameaça vetar qualquer acordo que não esteja baseado na regra da reciprocidade.
O documento foi assinado pelos presidentes dos cinco principais grupos parlamentares na Casa – Guy Verhofstadt, do Alde, Manfred Weber, do PPE, Gianni Pittella, do S&D, Gabi Zimmer do GUE e Ska Keller, dos Verdes – e pelos parlamentares designados para acompanhar a criação do dossiê do Brexit – Elmar Brok, Roberto Gualtieri e Danuta Hubner.
Todos consideraram que a proposta britânica “está muito longe da reciprocidade e igualdade de tratamento” que foi apresentada pela União Europeia. Além disso, eles criticaram o fato de que “há mais de um ano do referendo sobre o Brexit, a proposta britânica ainda deixa perguntas sem respostas”.
A afirmação foi em referência sobre como ficará a situação dos estudantes e médicos estrangeiros e dos trabalhadores que moram nas fronteiras. Os eurodeputados ainda ameaçaram dizendo não será aprovada “nenhuma extensão” das negociações com os britânicos, programadas para serem finalizadas em 30 de março de 2019.
“No início de 2019, os deputados do Parlamento Europeu dirão a última palavra sobre o Brexit. Nos próximos meses, trabalharemos muito próximos com o negociador da União Europeia e os 27 Estados-membros para ajudar a orientar a negociação. O nosso desejo é obter um ambicioso e progressivo acordo de saída, mas queremos deixar claro que o progresso precisa ser suficiente”, diz ainda o documento.
Em outro ponto do texto, a entidade afirma que o bloco “tem a comum missão de ampliar, reforçar e expandir os direitos e não de reduzi-lo”. “O Parlamento Europeu se reservará ao diretor de rejeitar qualquer acordo que trate os cidadãos da UE, independentemente de sua cidadania, de modo menos favorável do que existe atualmente. Para nós, trata-se de uma questão de direitos e valores fundamentais de base, que estão no centro do projeto europeu”, finaliza o texto.
As questões referentes à cidadania e o “valor financeiro” do divórcio do Brexit foram apontadas como prioritárias pelos dois lados da negociação e são consideradas primordiais para o andamento das conversas. (ANSA)