O acordo com a Rússia para a construção de uma central atómica na localidade de Akkuyu, na província de Mersin (costa mediterrânica) remonta a 2010 e a primeira pedra foi colocada em 2015. No entanto, os Presidentes da Turquia e da Rússia, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, apenas inauguraram oficialmente as obras em 2018, também através de videoconferência.
O evento de hoje, que incluiu uma pequena salva de fogo de artifício e o lançamento de balões vermelhos, brancos e azuis — as cores das bandeiras de ambos os países — celebrou o início da construção do terceiro dos quatro reatores desta instalação, e quando a Turquia permanece largamente dependente da importação de energia.
O primeiro reator deverá funcionar a partir de 2023, a tempo de celebrar o centenário da fundação da República da Turquia por Mustafa Kemal “Ataturk”, enquanto os restantes três serão progressivamente ativados, e de forma compassada, segundo indicou Erdogan na sua intervenção.
Após a conclusão dos trabalhos a central terá uma capacidade de 4.800 megawatts e produzirá 35.000 milhões de quilowatts/hora por ano, cobrindo assim 10% das necessidades energéticas da Turquia, acrescentou o líder turco.Em 2020, o consumo de energia no país euro-asiático situou-se nos 209.000 milhões de quilowatts/hora.
O Presidente turco elogiou as boas relações com a Rússia, ao destacar o “diálogo” dos dois países na região caucasiana do Nagorno-Karabakh — palco de um recente conflito entre a Arménia e Azerbaijão — e na Líbia e Síria, onde Ancara e Moscovo apoiam fações rivais.
Erdogan também sublinhou a “preparação” da Turquia para acolher novamente o turismo russo, uma fonte de receitas decisiva para este setor e após as significativas quebras de receitas motivadas pela pandemia do novo coronavírus.
Putin recordou que a construção da central nuclear está a cargo da empresa russa Rosatom, que a maioria das 8.000 pessoas envolvidas nos trabalhos são de nacionalidade turca e que a Rússia se vai também responsabilizar pela formação dos futuros técnicos locais.