O Governo chinês criticou hoje o Canadá por se juntar aos Estados Unidos e 56 outros países numa declaração conjunta que denuncia detenções arbitrárias de cidadãos estrangeiros pelo país asiático, para fins políticos.
A disputa provém da campanha do Canadá para libertar os seus cidadãos Michael Kovrig e Michael Spavor, que foram presos há mais de dois anos pela China numa aparente retaliação pela prisão dias antes de Meng Wanzhou, a executiva do grupo chinês Huawei que é acusada de fraude nos EUA.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, reiterou hoje que a China exige a libertação imediata de Meng e revelou que Pequim disse a Otava que a declaração é um “ato desprezível e hipócrita”.
“O Canadá conspirou com alguns países para emitir uma declaração contra a detenção arbitrária e, deliberadamente, permitiu que as pessoas relevantes caluniassem a detenção dos cidadãos canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor na China”, disse Hua, em conferência de imprensa.
“Por um lado, o Canadá defende que adere ao Estado de Direito, mas, por outro lado, atua como cúmplice dos EUA e detém arbitrariamente cidadãos chineses”, acusou. Meng é diretora financeira da Huawei e filha do fundador da empresa Ren Zhengfei.
A China acusou Kovrig e Spavor de colocarem em risco a segurança nacional do país asiático, mas pouco se sabe sobre as acusações. Eles tiveram permissão apenas para visitas ocasionais de diplomatas canadianos, enquanto Meng reside numa das suas mansões, em Vancouver, sob prisão domiciliar.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, apelou a “todos os países com ideias semelhantes que trabalhem juntos para pressionar as nações que se envolvem em tais detenções, visando pôr fim a esta prática, libertar os detidos e respeitar o Estado de Direito e os direitos humanos”.