O presidente iraniano, Hassan Rouhani, defendeu hoje que o novo governo dos Estados Unidos retorne ao acordo nuclear de 2015 com a República Islâmica e suspenda as sanções contra Teerã, ao mesmo tempo em que saudou o fim da era de Donald Trump, a quem chamou de “tirano”. O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que assume o cargo hoje, disse que os EUA voltarão ao pacto, que inclui restrições ao trabalho nuclear do Irã, se Teerã retomar o cumprimento rígido do que foi acertado.
“A bola está na quadra dos EUA agora. Se Washington voltar ao acordo nuclear de 2015 com o Irã, também respeitaremos totalmente nossos compromissos sob o pacto”, afirmou Rouhani em uma reunião de gabinete transmitida pela televisão. “Hoje, esperamos que a próxima administração dos EUA retorne ao Estado de Direito e se comprometa e, se puder, nos próximos quatro anos, remova todas as manchas dos quatro anos anteriores”, disse ele.
As tensões aumentaram entre Teerã e Washington desde 2018, quando Trump retirou os EUA do acordo entre o Irã e seis potências mundiais que buscava limitar o programa nuclear de Teerã e impedir que desenvolvesse armas atômicas. Washington impôs sanções que afetaram gravemente a economia iraniana. O Irã, que nega buscar armas nucleares, retaliou a política de “pressão máxima” de Trump quebrando gradualmente o acordo.
“A carreira política do tirano Trump e seu reinado ameaçador terminaram hoje e sua política de ‘pressão máxima’ sobre o Irã falhou completamente”, disse Rouhani. “Trump está morto, mas o acordo nuclear ainda está vivo.”