BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – A aprovação de orçamento bilionário voltado para ajudar empresas e construtoras e com cortes em saúde e educação, na quarta (18), foi apenas a gota d’água que fez transbordar as manifestações que incendiaram o Congresso e deixaram 33 presos na Guatemala neste fim de semana.
Nos dez meses de gestão do presidente de direita Alejandro Giammattei tem havido um crescente descontentamento da população. Nas últimas semanas, o foco foi a falta de ajuda econômica para conter o impacto de tragédias naturais, como os furacões Eta e Iota, que deixaram 53 mortos, 94 desparecidos e mais de 100 mil pessoas sem casas.
Pouco antes, Giammattei havia vetado projeto do Congresso para congelar tarifas de serviços (eletricidade, água, transporte) e aliviar os efeitos da pandemia de Covid-19 no bolso dos guatemaltecos.
Segundo denúncias publicadas pela imprensa local, o presidente estaria, desde o princípio do governo, beneficiando empresários aliados ou diretamente ligados à sua gestão. Um deles é Luis Miguel Martínez, que chefia um recém-criado Centro de Governo, órgão regulador dos 14 ministérios. Miguel Martínez é sócio de Giammattei em uma empresa que tem contratos com o governo, além de ser um dos homens fortes da gestão.
Há denúncias, ainda, de que verbas aprovadas para ajuda social por conta da pandemia do coronavírus teriam sido desviadas por funcionários do alto escalão do governo. Investigações sobre esses dois temas chegaram a ser abertas pela procuradoria local, mas foram interrompidas por ordem da Corte Suprema.