Pela primeira vez na história moderna da diplomacia do Vaticano, a Santa Sé suspendeu a imunidade do bispo italiano em julho, autorizando, assim, a abertura de um processo legal. “Estará presente na audiência”, disse seu advogado, Bertrand Ollivier, à AFP. “Esperava esta audiência para defender sua honra e sua inocência”, acrescentou o advogado.
“É uma vitória”, declarou Jade Dousselin, que representa um dos demandantes.”A Promotoria está validando o que afirmávamos desde o primeiro momento e conforta as vítimas em sua iniciativa de denunciar”, acrescentou Dousselin.
A primeira denúncia contra o monsenhor Luigi Ventura veio à tona em fevereiro de 2019, quando um jovem afirmou que o embaixador do Vaticano apalpou suas nádegas durante uma cerimônia na prefeitura de Paris, um mês antes.
Na sequência, outros dois homens relataram eventos idênticos, que teriam ocorrido em 2018. Um quarto homem apresentou uma denúncia contra Ventura logo depois.
Diplomata de carreira do Vaticano, Luigi Ventura, de 75 anos, era representante da Santa Sé na França desde 2009, até sua renúncia. O pedido de saída foi aceito pelo Papa Francisco em dezembro de 2019 por “limite de idade”.
Antes, foi padre na nunciatura de Brasil, Bolívia e Reino Unido, sendo, então, nomeado secretário de Estado em Roma.