Começamos 2020 cheios de expectativas positivas, principalmente quanto ao futuro do comércio exterior. Mas, fomos surpreendidos por uma pandemia devastadora que, rapidamente, resultou em uma crise econômica mundial, impactando diretamente na redução da oferta de mão de obra e rupturas de cadeias globais de valor.
Mesmo que incertezas cerquem as atividades econômicas, tornando cenários futuros difíceis de serem avaliados, é possível listar alguns aspectos que podem reduzir ou ampliar os efeitos do novo coronavírus no setor. Não é a primeira crise que vivemos, mas sem dúvida é uma das piores, e não será a única.
Recentemente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou um estudo que prevê a desaceleração do comércio internacional, causando uma retração nas exportações brasileiras de 11% a 20% em 2020. Mas, o relatório prevê, também, cenários otimistas obtidos por meio de um documento, produzido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que elabora simulações de impacto da Covid-19 sobre o comércio mundial a partir de um modelo de equilíbrio geral computável.
No cenário otimista da OMC, as exportações sofreriam queda de 17,7% em 2020, recuando para US$ 185,4 bilhões. A perda acumulada no biênio (2020-2021) seria da ordem de US$ 9 bilhões, e o montante exportado ficaria em um nível próximo do registrado em 2017.
Sabemos que o mercado, de forma geral, tem seus altos e baixos – uma hora favorável para importação, outra para exportação. Por isso, é necessário que o empresário esteja disponível e atento para os dois mercados, seja para buscar novos produtos, soluções, inovação em outros países ou para adaptar e disponibilizar sua mercadoria.
Os negócios do Brasil com o exterior não pararam durante a pandemia. E isso se deve ao fato do nosso país, inclusive a alfândega, ter investido muito em tecnologia e sistemas nos últimos anos, o que permite que hoje muitas atividades sejam realizadas remotamente.
Ainda segundo o IPEA, para 2021, o crescimento das exportações deve ficar em uma faixa de 10% a 15%. Em valores, isso significaria algo entre US$ 200 bilhões e US$ 230 bilhões, a depender do valor efetivamente registrado em 2020. Nas importações, uma avaliação dos diferentes métodos e cenários permite prever crescimento em 2021 entre 10% e 20%, o que significaria, em valores, algo entre US$ 154 bilhões e US$ 168 bilhões.
Quando superarmos a crise sanitária causada pelo novo coronavírus, é possível prever que, a economia mundial se depare com um ambiente de negócios internacionais mais propenso à imposição de restrições de vários tipos aos fluxos de comércio e, também, aos fluxos de investimento direto estrangeiro. Apesar disso, as oportunidades irão surgir, e é preciso estar preparado.
Por isso, o conselho que dou a você, que importa, exporta ou quer entrar nesse mercado, é: esteja atento! Não deixe de acompanhar as movimentações. Aproveite o tempo para aprender, passar pelos processos necessários para que seus negócios estejam aptos para a retomada. E uma última orientação, estar perto de seus clientes é muito importante, mas não se esqueça de seus fornecedores, pois ter uma boa carteira de fornecedores vai ajudá-lo a estar pronto para o recomeço.
Por isso, o conselho que dou a você, que importa, exporta ou quer entrar nesse mercado, é: esteja atento! Não deixe de acompanhar as movimentações. Aproveite o tempo para aprender, passar pelos processos necessários para que seus negócios estejam aptos para a retomada. E uma última orientação, estar perto de seus clientes é muito importante, mas não se esqueça de seus fornecedores, pois ter uma boa carteira de fornecedores vai ajudá-lo a estar pronto para o recomeço.
(*) Marcia Hashimoto é Diretora Executiva da Infolabor Consultoria – empresa especializada em consultoria empresarial, consultoria em comércio exterior e SISCOSERV.