Nesta terça-feira (21), Bruno Le Roux, ministro do Interior francês, pediu sua demissão depois que a promotoria financeira abriu uma investigação preliminar por ele ter empregado suas duas filhas adolescentes quando era deputado.
A polêmica em torno do emprego de suas jovens filhas como assistentes falou mais alto. O experiente veterano do Partido Socialista, presidente do PS na Assembleia Nacional durante a maior parte do quinquenato do presidente François Hollande, acabou pedindo demissão e saindo pela porta dos fundos do Eliseu. Ele será substituído pelo atual secretário de Estado para o Comércio Exterior, Mathias Fekl.
Carreira ministerial efêmera – Le Roux ficou somente 106 dias no cargo. Pouco tempo para impor seu estilo, depois de antecessores de forte personalidade como Manuel Valls e Bernard Cazeneuve. Homem de confiança de Hollande, ele foi seu porta-voz durante a campanha presidencial de 2012 e sempre esteve envolvido em questões ligadas à segurança.
A promotoria financeira francesa abriu o procedimento para determinar se Le Roux cometeu alguma irregularidade. Segundo o canal de TV TMC, o ministro socialista contratou suas filhas, quando ainda eram adolescentes, com vários contratos de curta duração entre 2009 e 2016. O total dos salários equivale à soma de €55 mill.
No mesmo programa de TV, o ministro admitiu a contratação pontual das filhas quando exercia o cargo de deputado no departamento de Seine-Saint-Denis, em Paris, “no verão, principalmente, ou em períodos de férias escolares, mas nunca de forma permanente”, disse. Segundo o programa Quotidien, as filhas começaram a trabalhar para ele quando tinham entre 15 e 16 anos, acumulando respectivamente entre 14 e 10 contratos de curta duração em um período de sete anos.
No entanto, Le Roux pediu que seu caso não seja comparado com o de François Fillon, candidato conservador à presidência e acusado por desvios de dinheiro público e apropriação indevida de bens sociais, com base nos cargos supostamente fictícios de sua mulher, filhos e assistentes parlamentares. “Trata-se de um trabalho de verão com um parlamentar. Organizar documentos, exercer uma certa quantidade de atividades parlamentares, acredito que seja uma boa escola”, declarou Le Roux aos jornalistas da emissora.