Liz Elaine Lôbo
Produção: Elna Souza
Essa é a visão dada pelo presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, que, em entrevista exclusiva à revista Embassy, explica o trabalho que a organização vem realizando. Segundo ele, as iniciativas da câmara árabe “tem sido essencial para garantir a segurança alimentar de 450 milhões de pessoas que vivem nos países da Liga Árabe, que têm grande dificuldade em produzir alimentos pela falta de solos aráveis e baixa disponibilidade de água”.
Mesmo trabalhando em regime de home office, a equipe da organização está se desdobrando para ajudar empresas dos dois lados do comércio a se conectar e encontrar o que precisavam uma da outra. Hannun cita a realização de webinars, a recente criação do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, além de campanhas de doação de alimentos e materiais hospitalares como ações importantes da câmara de comércio que preside. Leia agora a íntegra a entrevista de Rubens Hannun
Embassy – Na visão do senhor, qual é o maior desafio mundial diante dessa pandemia?
No momento não há outro desafio que não o de fazer tudo ao nosso alcance para salvar vidas, o que tem de ser feito por meio de uma cooperação global eficiente a mobilizar instâncias internacionais, governos nacionais, locais e agentes de toda a sociedade, cada um em seu escopo de atuação, para implementar ações de enfrentamento à pandemia capazes de alcançar as pessoas em suas singulares realidades. As estratégias de enfrentamento devem incluir não só ações para mitigar a pandemia em si, como a busca por uma vacina e medidas de proteção como o distanciamento social, o que já parece estar bastante claro para as autoridades de saúde, além de ações para proteger brasileiros da recessão econômica e garantir a retomada da economia quando a pandemia passar. Temos de cuidar da qualidade de vida das pessoas. Todos devem ter o mínimo para se alimentar e se cuidar com medicamentos e outros bens imprescindíveis à sobrevivência. Isso quer dizer que os produtores devem assumir a responsabilidade de manter ou iniciar o fornecimento aos que não têm condição, independente de ideologia ou religião. As diferenças deverão voltar a ser discutidas após tudo isso ser superado.
Embassy – Qual a importância do trabalho da Câmara do Comércio Árabe nesse momento de pandemia e com a expectativa de uma crise econômica no Brasil? Como criar oportunidades de negócio?
Na pandemia de Covid-19, o trabalho da Câmara Árabe tem sido essencial para garantir a segurança alimentar de 450 milhões de pessoas que vivem nos países da Liga Árabe, que têm grande dificuldade em produzir alimentos pela falta de solos aráveis e baixa disponibilidade de água. Além desse imenso contingente populacional, é preciso lembrar que muitos países árabes reexportam alimentos para outros países, principalmente outras nações de religião islâmica, de modo que, na prática, alimentamos muito mais gente. Os árabes ficaram muito preocupados com a possibilidade de o comércio de gêneros alimentícios com o Brasil ser interrompido por conta da pandemia.
Cada um à sua maneira agiu para reforçar seus estoques e se preparar para um possível cenário de escassez. Os Emirados Árabes, por exemplo, credenciaram novos importadores a buscar alimento onde quer que haja disponibilidade e lançaram mão de reservas internas para ampliar seus estoques. O Egito habilitou de uma vez 42 plantas frigoríficas brasileiras, muitas delas pela primeira vez, para permitir a importação de mais carne de boi e de frango, em ações que certamente beneficiam o Brasil ao garantir (e talvez até gerar mais) empregos de milhões de pessoas que atuam em plantas frigoríficas no Brasil, o que é extremamente benéfico nesse momento delicado.
Mesmo trabalhando em regime de home office, nossa equipe se desdobrou para ajudar empresas dos dois lados do comércio a se conectar e encontrar o que precisavam uma da outra. O serviço de certificação de documentos de exportação prestado por nossa entidade também foi reorganizado para que os colaboradores por ele responsável pudessem trabalhar com segurança e a máxima agilidade, de modo que a imensa cadeia de empregos que existe atrás da certificação obrigatória que fazemos fosse preservada. Ao mesmo tempo, organizamos uma série de webinars com a participação de autoridades de alto escalão dos dois lados, entre eles a ministra da Agricultura Tereza Cristina e o vice-presidente Hamilton Mourão, para favorecer entendimentos na esfera política e verbalizar necessidades.
Também estamos trabalhando para aproximar o legislativo brasileiro, por meio do recém-criado Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes, de autoridades políticas de nações árabes. Oportunidades de negócios na pandemia sem dúvida existem. A elevação da demanda por alimentos nos países árabes é uma delas. Mas para que seja bem aproveitada, as empresas brasileiras precisam se estruturar para conseguir dar conta da demanda, protegendo colaboradores e mantendo os níveis de produtividade.
Embassy – Quais setores da economia vão se destacar após pandemia? Será mantida essa diversificação dos produtos brasileiros no mundo árabe como vem acontecendo?
Depois da pandemia, os árabes vão continuar buscando maior independência na produção de alimentos por meio da estruturação de cadeias locais. Certamente haverá mais espaço para produtos brasileiros básicos, como soja e milho, insumos da produção de proteína animal árabe, que, entre os vários esforços locais para elevar a produção de alimentos, é o que está mais adiantado. Mas a oportunidade vai muito além disso. O Brasil pode fornecer não só grãos, mas toda sua expertise de produção agropecuária em altas temperaturas, como linhagens rústicas de animais mais bem adaptadas aos desertos árabes, tecnologias de saúde e nutrição animal para as condições dessa região, cultivares resistentes ao estresse hídrico, que já existem e estão sendo melhoradas no Brasil para economizar ainda mais água em nossas plantações, além de ferramentas de gestão e manejo de cultivos, de processamento e de produção de alimentos halal (que respeita os princípios da religião islâmica), só para mencionar os itens de maior potencial. Nenhum país do mundo tem o know-how científico que o Brasil acumulou nas últimas décadas no desenvolvimento de tecnologias de produção tropical agropecuária.
O nosso país também tem desenvolvido um parque fabril de equipamentos agrícolas já bastante experiente no desenvolvimento e fabricação de máquinas com tecnologia embarcada e adaptadas para cultivos tropicais. Nada nos impede de exportá-las e adaptá-las para novos mercados. Além disso, o interesse dos países árabes em estruturar cadeias locais de alimentos a partir de alianças estratégicas representa para as empresas brasileiras dessa área uma oportunidade de internacionalização. Temos know-how em produção de alimento halal. Somos conhecidos no mundo árabe como experts na produção desse tipo de produto. Dessa forma, podemos alcançar a partir de uma maior presença de empresas brasileiras de alimentos no mundo árabe um porcentual maior das 450 milhões de pessoas que vivem nos 22 países da Liga Árabe e da população dos demais países islâmicos, num total de 1,8 bilhão de mulçumanos, o grupo populacional que mais cresce demograficamente no planeta. Além disso, as transformações específicas trazidas pela pandemia podem, na verdade, colaborar com essas oportunidades. Hoje, por exemplo, há muito mais disposição em se discutir a simplificação e a digitalização do despacho documental de cargas marítimas e aéreas entre agentes governamentais, e é muito provável que a digitalização aduaneira seja uma das transformações definitivas trazidas pela pandemia da Covid-19.
As empresas exportadoras também entenderam que não é mais possível operar sem planos de contingência para os mais diversos cenários, especialmente quando os clientes estão a meio planeta de distância. A pandemia tornou ainda mais clara a importância de descentralizar a infraestrutura produtiva e de ter laços fortes, presenciais e constantes com clientes no exterior para a continuidade dos negócios em cenários de restrição. Nos países árabes, os estoques de alimentos passaram a ter uma importância estratégica ainda mais relevante, assim como os esforços locais de ampliar a produção interna de alimentos mesmo diante das dificuldades impostas pelo clima desértico e pela falta d’água. Já é possível ver uma mudança de mentalidade muito significativa em direção à condução dos negócios de forma mais estratégica e independente.
Embassy – A logística mundial enfrenta dificuldades em função do coronavírus, mas se adaptou rapidamente à nova realidade para manter o abastecimento, principalmente de alimentos, equipamentos de proteção individual e produtos farmacêuticos. A Câmara se preocupa com esse setor da economia?
Com certeza, a Câmara Árabe se preocupa com esse cenário. É verdade que a logística de diversos artigos essenciais foi afetada pela pandemia, principalmente de itens que têm seu parque produtivo concentrado na China. Até no caso dos alimentos, que têm uma base produtiva bastante ampla distribuída pelo planeta, tivemos problemas pontuais. As exportações de proteína do Brasil, por exemplo, para os países árabes e outros mercados, tiveram certa restrição em fevereiro e abril por conta da baixa disponibilidade de contêineres refrigerados retidos em portos chineses no período em que a pandemia era mais severa naquele país. Por essa razão, inclusive, muitos países árabes manifestaram interesses em ampliar sua estrutura de estocagem e em estabelecer linhas marítimas diretas com o Brasil a fim de baratear o custo final de gêneros alimentícios, inclusive em um recente webinar realizado por nossa entidade com a participação de operadores logísticos e transportadores globais.
Além disso, em muitos casos observamos (e operadores logísticos ligados à nossa entidade também) agentes aduaneiros internacionais cooperando para garantir o trânsito de mercadorias, flexibilizando, inclusive, exigências burocráticas dentro de certos limites. Isso foi fundamental para que os níveis de abastecimento de alimentos não sofresse oscilações muito grandes nos países árabes e que pudéssemos manter esse comércio ativo. Cerca de 180 mil brasileiros trabalham em frigoríficos que exportam grandes quantidades de proteína aos países árabes. Isso sem falar nos postos de trabalho da imensa cadeia produtiva que envolve as exportações do Brasil para os países árabes. Portanto, também temos uma imensa responsabilidade com milhares de brasileiros de manter esse comércio funcionando e empregos preservados.
Embassy – A Câmara de comércio realizou uma campanha de arrecadação de doações direcionadas para o Hospital Santa Marcelina. O órgão está fazendo alguma outra ação social para amenizar a crise econômica no Brasil? Qual tipo?
A doação para o Hospital Santa Marcelina foi, na verdade, o marco zero de uma campanha criada pela Câmara Árabe para suprir as necessidades de hospitais públicos que atendem pelo SUS no enfrentamento da Covid-19, ou entidades assistenciais. Para o Santa Marcelina, que é o maior hospital da Zona Leste de São Paulo e que realiza 87% de seus atendimentos pelo SUS. Após consultar o hospital, a Câmara Árabe providenciou a doação de 1250 litros de álcool em gel, 5700 fronhas hospitalares e 30 mil máscaras cirúrgicas, materiais comprados com recursos próprios da entidade. Passada essa fase inicial, estamos fazendo a arrecadação de recursos junto a outras entidades, empresas e instituições da comunidade árabe brasileira para as Santas Casas de Misericórdia, inclusive com contribuições dos colaboradores da Câmara Árabe. No início de maio, por exemplo, em parceria com o Sírio do Bem, braço de responsabilidade social do Esporte Clube Sírio, doamos 2,5 mil máscaras de pano para crianças e adolescentes em tratamento oncológico no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo. Nossa campanha vai durar enquanto a pandemia de Covid-19 não passar. Vamos seguir meta a meta, Santa Casa a Santa Casa, contribuindo a nossa maneira para mitigar os impactos do coronavírus.
Embassy – Na semana passada, foi empossado o Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes. O que a Câmara espera desses parlamentares e como será essa parceria?
A criação do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes sob a presidência do senador Jean Paul Prates (PT-RN) é uma grande conquista para as relações bilaterais Brasil-países árabes. Isso porque a existência de um grupo de parlamentares dentro do Legislativo brasileiro já organizado e empenhado em debater formas de incrementar as relações bilaterais de duas regiões certamente vai facilitar a implementação de ações pelo Estado no sentido de estreitar laços comerciais, políticos, culturais com o bloco de países árabes. Lembremos que os árabes já são o maior mercado da proteína avícola brasileira, o segundo maior destino das exportações do agronegócio e a terceira parceria comercial do Brasil no exterior. Estamos em contínuo diálogo com o Grupo e prestando apoio a todas as suas ações.
Também desejamos colaborar com a aproximação entre os representantes do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes e autoridades políticas dos países árabes. O Grupo será uma espécie de guarda-chuva legislativo. Em junho, terá sua primeira reunião. Será proposta uma agenda de ações para desenvolver investimentos, o comércio, a diversificação da pauta de exportações com um leque maior de países dentro do bloco, além de ações no plano cultural. Muito temos a dialogar e oportunidades a explorar não faltam. Os árabes têm muito interesse em estabelecer com o Brasil alianças estratégicas especialmente com empresas brasileiras de alimentos e logística para garantir a segurança alimentar de suas populações. Se nós temos expertise na produção de alimentos, os árabes têm US$ 2,3 trilhões em seus fundos soberanos prontos para investir, e a Câmara Árabe está trabalhando para viabilizar essas parcerias no menor tempo possível.
Embassy – Quais são os assuntos que serão abordados no Fórum Econômico Brasil & Países Àrabes? Qual o objetivo desse fórum? Quais as empresas que participaram?
O Fórum Econômico Brasil-Países Árabes 2020 teve de ser adiado por conta da Covid-19 e será realizado em data futura, certamente quando a doença não mais for uma ameaça. O evento bianual tinha sido originalmente programado com uma intensa grade de palestras e painéis sobre temas da relação bilateral Brasil-Liga Árabe. A última edição contou com a presença de cerca de mil participantes, entre representantes de empresas, governos, instituições de investimento do Brasil e dos países árabes. O fórum foi inicialmente planejado para ter painéis sobre negócios, movimentos globais geradores de impactos econômicos, desenvolvimento sustentável, segurança alimentar, mudanças demográficas e comportamentais. A proposta era de que em cada painel fossem ressaltadas oportunidades de negócio e investimento. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, e o secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafi, estavam confirmados no evento. Também deveríamos contar com a presença de representantes do governo brasileiro e de países árabes, além de entidades de setores com fluxo comercial relevante ou com grande potencial de desenvolvimento, como agronegócio, infraestrutura, tecnologia, turismo, inovação, logística, além de produtos e serviços halal.
A programação do fórum ainda previa a assinatura de acordos bilaterais. A proposta é de um evento que seja uma porta de entrada do Brasil para as empresas árabes e do mundo árabe para organizações brasileiras, inclusive em setores de serviços. No entanto, não descartamos que adequações sejam necessárias à programação inicialmente pensada. No momento em que for realizado, pode haver novas necessidades e certamente estaremos atentos a isso. Seja como for, queremos que a próxima edição do Fórum seja uma ocasião de reunião de empresas com interesses comuns para que possam realizar negócios e investir num cenário de pós-pandemia, numa genuína contribuição para a retomada econômica do Brasil e dos países árabes.
Embassy – O que o Senhor destacaria de mais importante na sua vigência como presidente da Câmara de Comércio árabe?
Desde que assumi como presidente, houve vários momentos em que o comércio entre Brasil e países árabes esteve sob ameaça, e a atuação da Câmara Árabe foi crucial para a preservação da relação comercial. Quando a Operação Carne Fraca eclodiu em 2017, a Câmara prontamente iniciou um fluxo de comunicação direto entre os governos brasileiro e de países árabes para explicar o que estava acontecendo. Organizamos, inclusive, a ida do então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para cinco países árabes prestar esclarecimentos pessoalmente. Tudo isso foi muito importante para a preservação do comércio e de milhares de empregos, já que, em muitos países árabes, são os próprios governos ou agentes licenciados pelo Estado que originam as importações. Naquele ano, enquanto vários países impuseram barreiras à carne bovina brasileira em decorrência do episódio, os árabes não só continuaram comprando, como aumentaram embarques, simplesmente porque mantivemos o diálogo e o “olho-no-olho”, cruciais para o sucesso dos negócios na cultura árabe.
No ano seguinte, tivemos a Greve dos Caminhoneiros, que paralisou a produção em todo o país. Mais tarde, a Operação Trapaça. Ambas demandaram ações da Câmara. Mais recentemente, a possível transferência da Embaixada Brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém, que se concretizada poderia levar ao boicote de produtos brasileiros no bloco árabe, como já fizeram contra a Dinamarca e os Estados Unidos.
Em todos esses episódios tivemos a oportunidade de atuar de forma construtiva, chamando as partes para o diálogo, mostrando argumentos sensíveis aos dois lados e favorecendo o entendimento em favor do Brasil e dos árabes. Além disso, no ano passado, a Câmara Árabe iniciou seu processo de internacionalização abrindo, como exemplo desta política, o primeiro escritório fora do Brasil, em Dubai, que foi extremamente importante para dar um suporte melhor aos associados brasileiros da entidade e iniciamos a associação de empresas árabes e também para fortalecer os laços com autoridades na região. A iniciativa integra um amplo esforço estratégico de re-estruturação do escopo de atuação da nossa entidade. Agora, com a pandemia de coronavírus, estruturamos uma série de ações para novamente reposicionar a atuação da Câmara Árabe em função das necessidades desse momento. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história e de ter atuado em momentos críticos para a construção de relações bilaterais ainda melhores entre brasileiros e árabes.
Embassy – No dia 23 de abril, iniciou-se o período sagrado do Islã, conhecido como Ramadã, época de reflexões, orações e muita fé. Haverá alguma alteração das atividades da Câmara de Comércio?
As atividades da Câmara Árabe ocorrem normalmente durante o Ramadã, mas o mês sagrado do Islã é uma ocasião importante para nós pelo respeito que temos pelas tradições dos árabes islâmicos. Os colaboradores muçulmanos da entidade mantêm sua rotina de orações e jejum ao longo do dia de trabalho da forma como fariam se estivessem em seus países de origem. Em honra a essas tradições, mantemos até uma pequena sala de orações na nossa sede em São Paulo, com indicações para a Meca e com as instalações necessárias aos rituais islâmicos de purificação. Tudo isso se desenvolve em meio à diversidade e muito respeito, já que, na Câmara, temos colaboradores de quase todas as denominações religiosas e origens.
Além dos rituais do Ramadã, já há três anos também realizamos a cerimônia do Iftar, que marca o fim do mês sagrado para os muçulmanos. Na ocasião, são convidados representantes da comunidade árabe paulistana, muçulmanos e de outras denominações, e fazemos um breve ritual religioso seguido de uma refeição coletiva em celebração e agradecimento ao período sagrado que passou. Como este ano não será possível fazer o Iftar, optamos por utilizar a verba destinada a ele para uma causa nobre. Adquirimos 300 cestas básicas com o recurso que foram integralmente doadas para a Mesquita Brasil, em São Paulo. Essas cestas básicas serão distribuídas a pessoas em situação de vulnerabilidade.