A primeira República negra da história elegeu, por sufrágio universal, o novo presidente, que toma posse nesta terça-feira (7/2) Após uma crise eleitoral que paralisou a vida política do país por um ano e meio, Jovenel Moïse foi investido presidente do Haiti nesta terça-feira em Port-au-Prince.O empresário de 48 anos assina o início de sua carreira política, chegando ao mais alto cargo no país mais pobre do Caribe.
Jovenel Moïse entrou para a política em 2015 impulsionado por Michel Martelly, eleito presidente em 2011. Martelly queria fazer deste produtor de bananas, apelidado de “Homem Banana” durante a campanha, o seu sucessor. O presidente em fim de mandato, uma estrela do carnaval que diverte multidões abusando de uma linguagem grosseira, contrasta com seu sucessor de personalidade sóbria e desconhecido do público.
Jovenel Moïse venceu o primeiro turno da eleição presidencial em outubro de 2015. Mas por causa dos protestos e fraudes, a votação foi cancelada. O empresário, que pretende relançar, pela agricultura, a economia haitiana, finalmente foi confirmado presidente em novembro de 2016, quando a votação foi remarcada após a passagem do furacão Matthew.
No final do mandato de Michel Martelly, em 7 de fevereiro de 2016, por falta de sucessor eleito em tempo, o Parlamento escolheu Jocelerme Privert, então presidente do Senado, para ocupar o cargo interino. Nesta terça-feira, Privert entregou a faixa presidencial ao presidente da Assembleia Nacional, que, em seguida, a passou a Jovenel Moïse.
Com um ano de atraso, a primeira República negra da história, marcada por uma tradição de instabilidade política, retornará à ordem constitucional tendo um presidente eleito por sufrágio universal.
Vitória contestada – Mais de 2.000 pessoas foram convidadas para a posse do 58ª chefe de Estado haitiano. As cerimônias vão acontecer no palácio presidencial destruído durante o terrível terremoto de janeiro de 2010. O rigor tem sido a palavra de ordem para a organização das cerimônias, de acordo com a equipe do presidente eleito, enquanto o Haiti está em plena crise econômica. O país tem mais de 2 bilhões de dólares em dívida e o crescimento não deve exceder 1% em 2017.
De acordo com o porta-voz da equipe de transição, o custo da posse se aproxima a um milhão de dólares, quando as posses de René Préval e Michel Martelly custaram mais de 4 e 2 milhões respectivamente. Nenhum ex-chefe de Estado haitiano confirmou presença. Jovenel também disse ter convidado os outros 53 candidatos na eleição presidencial como um sinal de sua disposição para apaziguar o clima político. Mas o ambiente político continua conflituoso, porque sua vitória no primeiro turno continua a ser contestada.