Quando falamos de Moda, tocamos um universo muito mais abrangente do que apenas roupa ou calçado, falamos de:
- Uma indústria que movimenta 3 triliões de dólares a nível global, que gera emprego para milhões de profissionais e potencia indústrias complementares como turismo, design, entretenimento ou arquitetura;
- Direitos humanos fundamentais como liberdade de expressão e de individualidade;
- Inspiração e aspiracional, que te levaram a escolher a roupa para o teu primeiro emprego, para o jantar especial com aquele(a) deus(a) grego(a) ou mesmo a que está usando enquanto lê este texto;
- Paixão pela constante inovação e criação de matérias-primas, processos produtivos e designs exclusivos.
No entanto, falamos também:
- Da segunda indústria mais poluente do mundo, ultrapassada apenas pela indústria petrolífera;
- De processos produtivos, logísticos, de distribuição e vendas responsáveis pela constante criação de desperdícios com um impacto ambiental altamente negativo;
- Da escravidão de mulheres e crianças que são forçados a trabalhar em condições desumanas, durante horas a fio, para alimentar a competição predatória das marcas internacionais;
- Da destruição do futuro de milhões de crianças, que são vítimas de trabalho infantil ou que sofrem indiretamente porque suas mães não têm tempo para a família e recebem ordenados miseráveis, que não lhes permitem acesso à saúde e educação?
- Do consumo desmesurado de recursos naturais a um ritmo muito superior ao necessário para a sua regeneração, bem como a poluição de solos e cursos de água com químicos altamente nocivos para as populações locais. Após 3 décadas trabalhando na indústria de moda a nível global, visitando fornecedores, fabricantes e marcas pelo mundo, a minha paixão pela Moda mantém-se, apenas com um novo foco. A paixão e admiração que me levou a atravessar o oceano para estudar e viver em Milão com apenas 18 anos, trabalhando com algumas das maiores marcas de luxo do mundo, é agora uma paixão por tornar essa mesma indústria mais sustentável, consciente e responsável pelo bem-estar de todos os envolvidos: seres humanos e planeta.
Recordo-me do meu primeiro trabalho na Versace, onde o luxo se propagava em todos os processos:
luxo na escolha das matérias-primas, nas técnicas de corte, na modelagem para valorizar o corpo feminino ou na exclusividade de produção. O luxo no produto era conseguido apenas pelo luxo na escolha das pessoas que nele trabalhavam tais como alfaiates, costureiras ou bordadeiras, alguns dos quais com mais de 40 anos de know-how. Tirando algumas raras excepções, esse mindset se perdeu com a globalização e a ganância desmedida dos grandes grupos de investimento que tomaram conta da indústria (5 dos quais detêm 40 das principais marcas de luxo do mercado).
Não pretendo com isto dizer que apenas aqueles com uma vida de experiência têm lugar na indústria e que não existe lugar para os jovens. Pelo contrário, é crucial que os mais velhos ensinem aos novos os mesmos valores de excelência que sempre seguiram. O que pretendo sim, é criar condições dignas e oportunidades para todos os que estão envolvidos numa indústria que muitas vezes se esquece deles, incluindo do consumidor final.
Acredito que grande parte da mudança está precisamente no consumidor, que detém hoje mais poder do que nunca, não só ao nível da informação e da comunicação através de redes e plataformas digitais, mas sobretudo ao nível da decisão de compra. A evolução do mercado provocou uma mudança na balança do poder, onde não são mais as marcas que mandam, mas sim os consumidores.
A Moda é uma indústria virada para o consumidor, que pode e deve exigir que as marcas estejam alinhadas com as suas expectativas e que o façam de forma transparente. E as exigências dos consumidores são claras! Marcas conscientes e responsáveis, com propósito e com estratégias transparentes e bem definidas ao nível da qualidade e da sustentabilidade social e ambiental. Acredito que a transparência e a verdade empoderam todos os intervenientes: fornecedores, produtores, influenciadores e consumidores.
Foi deste principio que achei o meu propósito de vida e fundei a FreedomeE, com uma visão baseada na educação do consumo responsável, onde todos os intervientes são incluídos e responsáveis por suas escolhas e ações. Acredito na humanização datecnologia, acompanhando as mais recentes inovações para promover o empreendedorismo e a responsabilidade social, económica e ambiental. Através do empreendedorismo e microempreendedorismo, estaremos garantindo liberdade financeira e melhores oportunidades: quer para as gerações atuais, quer para as gerações futuras.
Nesse sentido a FreedomeE assume-se como um projeto para o futuro da indústria da moda e do consumidor, criando um ecosistema responsável e sustentável. O nosso marketplace apresenta um rigoroso processo para aceitação de marcas parceiras, que devem respeitar ou mais dos nossos 5 Pilares de Sustentabilidade, criados de acordo com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Criámos uma comunidade global responsável de fornecedores, produtores, marcas, parceiros de lifestyle, ONGs, influenciadores e consumidores, que nutrimos através de 4 vertentes transparentes de marketing e vendas: Marketing de Lifestyle, de Relacionamento, de Projectos Sociais e Marketing Digital.
Em conjunto, estas 4 facetas do Marketing permitem-nos educar sobre produção e consumo responsável, bem como aproximar os extremos da cadeia, colocando os produtores em diálogo direto e transparente com o consumidor final, comunicando as suas boas práticas através de uma rede de influenciadores conscientes e angariando fundos para ONGs parceiras, através de cada venda no marketplace. Eu dediquei a minha vida a criar uma indústria da moda mais responsável e sustentável, com impacto positivo na sociedade, na economia e no ambiente. Tenho uma grande luta pela frente que não conseguirei vencer sozinha, por isso te desafio a te juntares a esta causa. Estás pronta(o) para ser um veículo da mudança?