Preservando uma receita secular da Ilha do Marajó, no Estado do Pará, a técnica de produção artesanal do Queijo do Marajó é única no mundo, especialmente porque utiliza, em sua fabricação e derivados, 100% de leite de búfala, além de ser coalhado naturalmente, sem a adição de conservantes.
Assim como outros tipos de queijos que envelhecem espontaneamente na prateleira, o Queijo do Marajó – que é produzido de duas formas: manteiga e creme – não é maturado. O primeiro tipo é o mais comum, a exemplo do Queijo do Marajó Fazenda São Victor.Sua produção está diretamente ligada aos fatores históricos da Ilha do Marajó, mas com o passar dos anos, foi possível aprimorar os métodos de produção.
Quanto ao modo de preparo, a produtora Cecília Pinheiro, que é gestora e proprietária da Queijaria Fazenda São Victor, no município de Salvaterra (PA), ao lado do marido, Marcus Pinheiro, afirma que o produto traz um sabor único ao paladar e, com ele, o resgate da tradição, valores e costumes da região.
“O Queijo do Marajó da Fazenda São Victor é produzido de forma simples, porque entendemos que a produção queijo de maneira artesanal é o que temos de mais valioso, uma vez que está intrinsecamente ligada aos nossos costumes e gastronomia da região”, relata Cecília.
A origem – A tradição do Queijo do Marajó tem origem em produção iniciada há mais de dois séculos, por fazendeiros portugueses e franceses, que se estabeleceram na Ilha do Marajó. No entanto, eles usavam o leite de vaca. Com o passar do tempo e com o rebanho bubalino cada vez maior, no Brasil, o produto passou a ser exclusivamente fabricado a partir do leite de búfala.
Mestre queijeiro da Queijaria Fazenda São Victor, Luís Leal – que aprendeu a profissão ainda muito jovem, com o pai – explica que todas as etapas de produção artesanal são muito importantes para a conservação das características do laticínio, a exemplo da textura, consistência, e principalmente, do sabor da iguaria marajoara.