Milhares de pessoas voltaram às ruas de Santiago do Chile hoje (23), insatisfeitas com as medidas propostas pelo presidente, Sebastián Piñera, na noite de ontem (22). Piñera anunciou um incremento às aposentadorias, a criação de um teto para os gastos com medicamentos, a redução nas tarifas de energia elétrica e o aumento dos impostos para os mais ricos.
Os chilenos, no entanto, demonstram insatisfação, pois as medidas anunciadas não serão imediatas e ainda terão que passar por aprovação no Congresso. Além disso, algumas das propostas não são novas e já estavam tramitando no Parlamento, como a criação de um teto para os gastos com medicamentos.
Os manifestantes pedem ainda a renúncia do ministro do Interior, Andrés Chadwick, a quem culpam pelas mortes e pela violenta repressão aos protestos dos últimos dias. Chadwick esteve hoje (23) na Câmara dos Deputados, onde fez um balanço das manifestações e explicou as razões que levaram Piñera a decretar estado de emergência.
As manifestações, em sua maioria, correm de forma pacífica. Manifestantes com cartazes e bandeiras seguem marchando nas ruas de Santiago, a capital do país, tentando se aproximar do Palácio de La Moneda, sede da Presidência. Os carabineros, a polícia chilena, estabeleceu barreiras de proteção na tentativa de conter o avanço da marcha. Alguns manifestantes forçaram as barreiras e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo e spray de pimenta, além de jatos de água.