O Partido Socialista liderado pelo atual primeiro-ministro, António Costa, irá vencer as eleições legislativas, realizadas neste domingo (6) em Portugal, segundo pesquisas de boca de urna.
Apontado como favorito na véspera da eleição, o partido de Costa teria conquistado entre 100 e 117 assentos – o que corresponde entre 34% a 40% dos votos, segundo as projeções da televisão pública RTP e das privadas SIC e TVI. Já o Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), do atual líder da oposição Rui Rio, aparece em segundo lugar, obtendo de 68 a 82 assentos (24% a 31% dos votos), segundo as estimativas.
A votação que definirá o próximo governo foi encerrada às 20h, do horário local (16h do horário de Brasília), com o fechamento das urnas no arquipélago dos Açores.
Sem espaço para a extrema direita
Aos 58 anos, Costa chegou ao poder em 2015 graças a uma aliança com a esquerda radical. Portugal é um dos únicos países europeus onde a extrema direita não ganha espaço.
O socialista prometeu junto a seus aliados virar a página da austeridade no país onde o desemprego atingiu um pico de 17% em 2013. Costa consolidou a recuperação econômica, adotando medidas como aumento dos salários dos serviços públicos e aposentadorias, que haviam sofrido fortes cortes durante a crise econômica.
O resultado dessa política foi um crescimento de 3,5% em 2017 e 2,4% em 2018. Já o desemprego caiu pela metade e voltou ao seu nível anterior à crise (6,4% em julho). O déficit, que atingiu 11,4% do PIB em 2010, e ainda era de 4,4% em 2015, deve ser de apenas 0,2% neste ano – algo nunca visto desde o retorno da democracia ao país, em 1974.
“Este contexto excepcional é o sonho de todo governo”, sintetiza o economista João Duque, para quem a economia portuguesa desfrutou da situação europeia e do “boom do turismo”, que representa cerca de 10% do PIB.