Vinte anos após o primeiro mandato de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel acabar, o homem aclamado por seus apoiadores como “Rei Bibi” está novamente lutando por sua sobrevivência política numa eleição.
As pesquisas de opinião preveem uma corrida apertada quando os israelenses forem às urnas na próxima terça-feira, cinco meses após uma eleição na qual Netanyahu se declarou vencedor, mas sem conseguir formar um governo de coalizão.
“Uma vitória do Likud é possível, mas está por um fio”, disse Abraham Diskin, um professor de Ciência Política na Universidade Hebraica de Jerusalém, se referindo ao partido de direita de Netanyahu.
Um eventual fim da era Netanyahu após 10 anos no poder provavelmente não provocará mudanças dramáticas nas políticas de Israel em relação a questões polêmicas no processo de paz com os palestinos que entrou em colapso cinco anos atrás.
As relações com os Estados Unidos provavelmente continuariam encaminhadas, apesar da relação próxima de Netanyahu com o presidente norte-americano Donald Trump.
O Likud está emparelhado na corrida com o centrista partido Azul e Branco, liderado pelo ex-chefe das Forças Armadas Benny Gantz, que tem se focado pesadamente nas acusações de corrupção enfrentadas por Netanyahu.
Mas o destino político de Netanyahu pode acabar nas mãos do partido de extrema-direita Yisrael Beitenu, chefiado pelo ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, que terá um papel decisivo na construção de coalizões após as eleições.
Após as eleições em abril, Lieberman bloqueou as tentativas de Netanyahu para formar uma coalizão, citando diferenças com os aliados ultra-ortodoxos do primeiro-ministro. As pesquisas de opinião indicam que o Yisrael Beitenu deve sair fortalecido.