Os Estados Unidos estão “profundamente preocupados” com a movimentação paramilitar da China ao longo da fronteira de Hong Kong, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano nesta quarta-feira (14). Ele alertou que a erosão contínua da autonomia do território põe em risco seu status especial nas relações com os EUA.
A declaração foi dada um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir calma após receber relatos de que a China enviaria militares para a fronteira com Hong Kong.
O funcionário reiterou um apelo dos EUA para que todos os lados evitem a violência e disse ser importante o governo de Hong Kong respeitar “as liberdades de expressão e de reunião pacífica”.
“Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com relatos de movimentação paramilitar chinesa ao longo da fronteira de Hong Kong”, disse o porta-voz.
“Os Estados Unidos fazem um apelo a Pequim com força a aderir aos seus compromissos… de permitir que Hong Kong exercite um grau alto de autonomia”.
“Repudiamos a violência e pedimos todos os lados a mostrar comedimento, mas continuamos firmes em nosso apoio à liberdade de expressão e à liberdade de reunião pacífica em Hong Kong”, disse o porta-voz.
“A erosão contínua da autonomia de Hong Kong põe em risco seu status especial longamente estabelecido nas relações exteriores”.
Uma lei norte-americana de 1992 garante tratamento preferencial a Hong Kong em questões comerciais e econômicas em comparação com a China. Entre as áreas de tratamento especial estão vistos, aplicação da lei e investimentos.
China classifica atos como ‘terroristas’
O governo da China criticou nesta quarta-feira o que qualificou como agressões “de tipo terrorista” contra seus habitantes em Hong Kong.
“Condenamos com veemência atos de tipo terrorista”, afirmou em um comunicado Xu Luying, porta-voz do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo chinês.
O texto é uma reposta aos confrontos no Aeroporto Internacional. Na terça-feira (13), manifestantes haviam bloqueado o acesso dos passageiros aos terminais e fecharam o aeroporto, o oitavo do mundo, como parte dos protestos que sacodem o território há dez semanas – os serviços voltaram ao normal nesta quarta.