O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em coletiva de imprensa neste domingo (4) que seu governo já fez “muito, mas talvez mais tenha que ser feito” depois dos massacres no Texas e Ohio, neste fim de semana, que deixaram 29 pessoas mortas.
“Muitas coisas estão em andamento. Nós fizemos muito mais do que a maioria dos governos. Nós fizemos realmente muito. Mas talvez mais tenha que ser feito ”, declarou Trump.
São as primeiras declarações públicas, fora do Twitter, que o presidente americano faz depois dos tiroteios deste fim de semana. Como havia feito na rede social, Trump ofereceu condolências às famílias das vítimas e agradeceu aos agentes da lei pelos esforços. Ele também defendeu seu governo de críticas.
“Nós temos que fazer isso parar; isso vem acontecendo há anos e tem que parar”, disse o presidente.
Ele falou à imprensa antes de embarcar de volta a Washington vindo de Nova Jérsei, onde jogava golfe. Trump ligou o ódio e transtornos mentais aos ataques, e não fez menção direta a leis sobre armas.
“O ódio não tem lugar em nosso país, e nós vamos cuidar disso”, disse.
“Também é um problema de saúde mental. Essas são pessoas que estão muito, muito seriamente transtornadas mentalmente”, acrescentou.
Críticas
O presidente foi criticado por demorar a aparecer em público depois dos ataques. Ele não foi visto imediatamente após o tiroteio de sábado (3), em El Paso, no Texas, que deixou 20 pessoas mortas, nem o deste domingo (4), que matou 9 em Dayton, Ohio.
Só quando Trump e a primeira-dama, Melania, se preparavam para voar de volta a Washington, no final da tarde deste domingo (4), apareceram diante das câmeras.
Antes, ele havia escrito no Twitter que estava “rezando por todos que foram impactados por esse ato indescritível de maldade”. Também disse que autorizou a descida a meio mastro de todas as bandeiras em prédios do governo federal em homenagem às vítimas.
“Deus abençoe as pessoas de El Paso, no Texas. Deus abençoe as pessoas de Dayton, Ohio”, escreveu o presidente na rede social.
Trump será cuidadosamente observado por sua resposta aos ataques, diz a Associated Press, mais uma vez invocando comparações com seus antecessores, que tentaram consolar o país em momentos de trauma nacional.
No primeiro tuíte após o tiroteio de El Paso, no sábado (3), Trump chamou o massacre de “terrível” e prometeu o total apoio do governo federal. Apenas 14 minutos depois, no entanto, ele tuitou novamente – um post desejando boa sorte ao lutador Colby Covington.
Nas últimas semanas, o presidente também escreveu tuítes racistas sobre quatro mulheres que atuam no Congresso; em comícios, falou de uma “invasão” na fronteira sul dos Estados Unidos.
Ele também vem sendo criticado amplamente por oferecer uma falsa equivalência ao discutir violência racial – principalmente quando afirmou que havia “pessoas boas de ambos os lados” depois de uma manifestação de supremacia branca em Charlottesville, na Virgínia, durante a qual um manifestante antirracismo morreu.