O líder de Belarus, Aleksandr Lukashenko, decretou neste sábado uma anistia ao completar 25 anos desde que assumiu o poder no país, considerado o menos democrático da Europa.
A anistia permitirá a libertação de quase 6.000 presos que não tenham cometido crimes graves – assassinato, terrorismo, assalto com violência, crimes sexuais, narcotráfico, corrupção ou distúrbios –, segundo afirma o decreto publicado pela Presidência.
Entre os beneficiados estão menores de idade, mulheres grávidas, mães e pais solteiros com filhos menores de 18 anos, inválidos, doentes graves, aposentados, veteranos de guerra e vítimas da catástrofe nuclear de Chernobyl.
Outros presos terão suas penas reduzidas em um ano, e no caso dos menores de idade a redução será de dois anos.
Governante está no poder desde 1994
Lukashenko, que chegou à Presidência de Belarus em 20 de julho de 1994 e é o governante europeu e pós-soviético que está há mais tempo no poder, declarou a anistia por motivos humanitários e pela ocasião do 75º aniversário da libertação do país do jugo nazista.
Foi considerado durante muitos anos “o último ditador da Europa”, mas suas relações com Ocidente melhoraram quando decidiu não reconhecer a anexação russa da Crimeia (2014), se manteve neutro no conflito entre Rússia e Ucrânia e propôs Minsk como sede das negociações de paz.
Como consequência, a União Europeia retirou suas sanções contra Minsk. Por outro lado, houve um abalo nas relações com a Rússia, que reduziu nos últimos anos a sua assistência à abatida economia nacional.
Lukashenko, acusado pela oposição democrática de reprimir toda e qualquer dissidência com a ajuda da KGB, anunciou que pretende concorrer à reeleição em 2020.