Murat Yavuz ates
Há três anos, na noite de 15 de julho de 2016, a democracia turca, a ordem constitucional e seu líder democraticamente eleito foram alvo de um ataque sem precedentes por parte da hedionda Organização Terrorista Fetullah (FETO).
Militares desonestos da Turquia ligados à FETO confiscaram e utilizaram caças, helicópteros, tanques e outras armas em uma tentativa terrorista de derrubar o governo democraticamente eleito da Turquia. Os terroristas atacaram a Presidência e bombardearam o Parlamento turco com os deputados no interior.
No entanto, naquela noite, eles não levaram em consideração o povo turco que exibiu uma gloriosa resistência contra os golpistas terroristas. Cidadãos comuns, tomando as ruas, pararam os tanques e os veículos militares. Duzentos e cinquenta pessoas morreram e quase duas mil e duzentas ficaram feridas. A maioria das forças armadas turcas se posicionou contra a tentativa terrorista. Graças à resolução do povo turco agindo em unidade, a terrível tentativa de golpe foi frustrada e a democracia turca venceu aquela batalha.
Quem estava por trás desse ato traiçoeiro? Todas as evidências coletadas durante as investigações e julgamentos demonstram que o ataque terrorista mais sangrento da história da Turquia foi orquestrado sob as instruções do líder do grupo, Fetullah Gülen. Os membros da FETÖ planejaram e tentaram controlar a República Turca naquela data. Seus discípulos dentro das forças armadas não se intimidaram em usar força letal contra civis inocentes. Eles tentaram assassinar o Presidente da República da Turquia, atacaram o veículo do Primeiro Ministro e bombardearam a Grande Assembléia Nacional.
Para entender completamente todos os aspectos da tentativa de golpe de 15 de julho, é necessário considerar essa rede obscura, começando pelas escolas e escolas preparatórias estabelecidas nas últimas décadas pela FETO. Ao fazer lavagem cerebral em mentes jovens em escolas fundadas sob o disfarce das chamadas atividades de treinamento, eles doutrinaram um grande grupo de seguidores radicais, que executam as instruções da liderança da organização sem questionar e violam todas as normas legais e morais.
Graduados dessas escolas foram capazes de se infiltrar nas instituições mais estratégicas do Estado, roubando gabarito de provas; Além disso, aqueles considerados obstáculos para a organização foram eliminados por conspirações feitas contra eles pela FETO.
A FETO segue,em todos os países onde está presente, a mesma estratégia implementada na Turquia. Nesse sentido, a FETO utiliza redes escolares, bem como ONGs estabelecidas para aumentar sua influência econômica e política para realizar suas atividades ilegais. A FETO está presente também no Brasil. Nos últimos três anos, a luta contra a FETO dentro e fora da Turquia constituiu uma das principais prioridades do nosso Estado.
Com base no estado de direito, os autores da tentativa de golpe de 15 de julho foram levados à justiça. A estrutura organizacional da FETO dentro das instituições governamentais foi desvelada; processos administrativos e judiciais foram iniciados contra seus membros e, portanto, a “estrutura estatal paralela” foi derrubada.
A comunidade internacional, gradualmente, também compreende que a FETO não é um movimento social que se relaciona com a educação e a caridade, mas sim de uma organização obscura e insidiosa com ambições ilegais.
Vários países e organizações internacionais declararam a FETO como uma organização terrorista. Neste contexto, a FETO foi declarada uma organização terrorista na 43ª sessão do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da OIC, realizada em 19 de outubro de 2016; uma resolução semelhante foi redigida na Assembleia Parlamentar da Ásia em 1 de dezembro de 2016 e ratificada na 12ª Conferência da União Parlamentar da OIC em 27 de janeiro de 2017. Além da República Turca de Chipre do Norte, a Suprema Corte do Paquistão declarou a FETO como organização terrorista em veredicto proferido em 28 de dezembro de 2018.
Experimenta uma visível ruptura em sua rede global, a organização ainda se esforça para inventar histórias de vitimização, recorrendo as notícias infundadas através de meios de comunicação. É importante que sejam tomadas medidas administrativas e judiciais contra os elementos dessa organização terrorista.
Quinze de julho provou que nenhuma organização terrorista pode superar a determinação do povo pela democracia. Por esta razão, este dia foi oficialmente designado como uma das datas nacionais da Turquia sob o nome de “Democracy and National Unity Day”.
Murat Yavuz Ates é embaixador da Turquia no Brasil