A reunião entre os presidentes da Guatemala, Jimmy Morales, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual supostamente assinariam um acordo para que o país da América Central recebesse migrantes, foi cancelada pelo governo guatemalteco, que negou a intenção de avançar em um pacto similar.
Depois que diversas ações foram apresentadas à Corte de Constitucionalidade (CC) contra a possibilidade de que a Guatemala se transformasse em um “terceiro país seguro”, Morales cancelou a reunião prevista para esta segunda-feira (15) em Washington.
Sob esse conceito de país seguro, a nação centro-americana deveria processar os pedidos de asilo de todos os imigrantes que atravessam seu território em direção aos Estados Unidos.
Pessoas que saem de El Salvador e Honduras atravessam a Guatemala e o México para chegar à fronteira com os EUA.
“Devido às especulações e as ações legais interpostas, admitidas para trâmite pela Corte de Constitucionalidade, foi decidido reprogramar o encontro bilateral até ser conhecida a decisão da corte”, informou um comunicado oficial do governo guatemalteco.
A CC concedeu, no domingo (14) à noite, um amparo provisório para evitar que a Guatemala se constitua como “terceiro país seguro”.
O suposto acordo para declarar a Guatemala como terceiro país seguro desatou críticas e um forte oposição à decisão do presidente Morales.
A resolução da corte indica que tal acordo deveria passar pelo Congresso e obter a aprovação dos parlamentares.
A simples possibilidade de um acordo do tipo despertou grande indignação, a menos de um mês da eleição que definirá o sucessor de Morales. No dia 11 de agosto, o país vai escolher em segundo turno entre a social-democrata Sandra Torres e o candidato de direita Alejandro Giammattei.