O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira que seu governo não desistiu de acrescentar uma questão sobre cidadania ao Censo de 2020 do país, contradizendo declarações de autoridades do governo, como o secretário de Comércio, Wilbur Ross.
A Suprema Corte bloqueou na última quinta-feira os planos de Trump de adicionar a pergunta sobre cidadania, afirmando que as autoridades de sua administração tinham apresentado um argumento “artificial”.
Na terça-feira, membros do governo, incluindo Ross, afirmaram que os formulários do censo estavam sendo impressos sem a questão a respeito de cidadania.
Críticos têm classificado a pergunta sobre cidadania como uma manobra do Partido Republicano para assustar os imigrantes, evitando que participem da contagem populacional, realizada a cada dez anos, e gerar uma soma diminuta em áreas com altos índices demográficos de imigrantes e latinos, que se inclinam a favor do Partido Democrata.
Isso beneficiaria os brancos não-hispânicos e ajudaria os colegas republicanos de Trump a conquistarem assentos na Câmara dos Deputados e nas assembleias legislativas estaduais quando novos distritos eleitorais forem estabelecidos após o censo, segundo os críticos.
“As notícias a respeito da desistência do Departamento de Comércio quanto a colocar a questão sobre cidadania no Censo são incorretas ou, para dizer diferentemente, FAKE! Estamos absolutamente avançando, como precisamos, por conta da importância das respostas a essa questão”, escreveu Trump no Twitter.
Autoridades da Casa Branca e do Departamento de Comércio não comentaram de imediato ao tuíte de Trump.
“Não há nada fake no Departamento de Justiça nos escrevendo para dizer que as impressões começaram sem a questão sobre cidadania”, disse também no Twitter a União Americana das Liberdades Civis, que contestou judicialmente a implantação da pergunta.
A deputada democrata Carolyn Maloney disse à Reuters que tanto o Departamento de Justiça quanto a Secretaria de Comércio confirmaram a seu gabinete “que o processo de impressão irá em frente sem a questão sobre cidadania”.