O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que governo no país entre 2010 e 2015, felicitou seu país pelo acordo assinado na sexta-feira (28) entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Segundo ele, os blocos chegaram a um entendimento por causa dos “disparates” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Temos que agradecer ao velho Trump, que com seus disparates está aquecendo metade da Europa”, declarou Mujica.
Ele falou pouco antes de votar nas prévias realizadas neste domingo (30) pelos partidos do Uruguai.
Países poderão escapar de tarifas
O ex-presidente uruguaio classificou o tratado assinado como positivo para seu país, já que as exportações da região poderão “se safar das tarifas”.
“Os mercados estão abertos –teoricamente estão abertos–, o problema é quanto se paga em tarifas. Nós vendemos a 150 países, o problema é o quanto cobram de tarifas”, disse.
A vice-presidente do país, Lucía Topolansky, casada com Mujica, concordou com seu marido em apontar as políticas do governante americano ao mencionar as condições nas quais foram alcançadas o acordo UE-Mercosul.
“Trump não quer o multilateralismo, e a Europa via que ficava sem mercado. França, Irlanda e Polônia, que são os países com mais peso agrícola, que estavam mais preocupados com o Mercosul, ficaram em minoria”, disse.
A ex-guerrilheira classificou como “oportunidade importante” a assinatura do acordo, embora tenha reconhecido que ainda faltam “mais detalhes” sobre o mesmo.
“O Uruguai tem uma cota com a União Europeia que seguramente se engrandecerá no que diz respeito à carne. O Uruguai sempre entrou bem com o arroz, mas poderia entrar melhor na UE, porque valorizam muito que nosso arroz não seja transgênico”, especificou.